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Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2010 às 11h36.
São Paulo - Um estudo realizado pelo Centro para o Futuro Digital, da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos, aponta que usuários de internet não estão dispostos a pagar por serviços online. Conforme o levantamento, 49% dos internautas norte-americanos já usaram serviços gratuitos de microblogs como o Twitter. Quando perguntados se aceitariam pagar para usar a ferramenta, 0% disseram que sim.
"O Twitter não tem planos de cobrar de seus usuários, mas esse resultado ilustra, acima de qualquer dúvida, o tremendo problema de se transformar usuários livres em pagantes", disse Jeffery I. Cole, diretor do Centro para o Futuro Digital. "Prestadores de serviço online encontram um desafio maior para conseguir que consumidores paguem pelos serviços que já recebem de graça".
A pesquisa mostrou ainda que metade dos usuários de internet nunca clicam em anúncios e que 70% consideram propagandas na internet "irritantes". Apesar disso, 55% disseram que preferem ver publicidade em sites do que ter de pagar pelos conteúdos. "Internautas podem obter conteúdo de três maneiras: roubando, pagando ou aceitando receber propaganda nas páginas visitadas", explicou Cole. "Os consumidores realmente querem conteúdo de graça sem propaganda, mas ultimamente eles entenderam que o conteúdo tem de ser pago - de uma maneira ou de outra".
Após quatro anos funcionando como uma ferramenta sem retorno financeiro, o Twitter começou a gerar receita no último mês de abril, quando passou a exibir "Promoted Tweets", mensagens pagas por anunciantes para aparecer entre as primeiras no mecanismo de busca. Mais recentemente, o site passou a exibir termos pagos também na lista de Trending Topics, sempre com um selo ao lado que indica que o tópico é patrocinado; e criou o perfil @earlybird, que mostra ofertas e promoções diárias de empresas e marcas para seus seguidores.
Notícias
Outro indicador do mesmo estudo mostra que 18% dos usuários de internet cancelaram assinatura de algum jornal ou revista porque disseram poder encontrar o mesmo conteúdo online. No caso de uma publicação ter sua edição impressa cancelada, 59% disseram que procurariam ler a edição eletrônica do mesmo veículo contra apenas 37% que disseram que optariam pela versão impressa de outra publicação.
As conclusões do levantamento, realizado anualmente, vão na contramão da estratégia de empresas de mídia do mundo todo, que após iniciarem um modelo de negócios focado na distribuição de conteúdo gratuito, passa agora a pensar sua receita a partir de sites pagos. O New York Times, por exemplo, vai começar a cobrar pelo acesso online de notícias a partir de 2011, após reconhecer que as receitas publicitárias não poderão financiar seu jornalismo no futuro.
A News Corp, responsável pelo site do jornais ingleses The Times e Sunday Times começou em junho a cobrar de seus usuários o acesso às notícias. O início da cobrança refletiu diretamente na audiência do The Times, que teve uma queda de 66% no primeiro mês após a mudança.