D7200
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2015 às 13h22.
A D7200 é a câmera mais avançada da Nikon, quando consideramos o tamanho de sensor DX. Já é a terceira iteração da linha 7000 e tanto melhoramentos no sensor quanto na interface a tornam uma câmera excelente para o fotógrafo iniciante e, ao mesmo tempo, para quem precisa de uma câmera um pouco mais avançada para seu hobby. Junto com a máquina, a Nikon emprestou para o INFOlab também uma lente 18-300 F4.5-5.6, que foi utilizada para fazer todas as fotos contidas no review abaixo.
Com a D7200 a Nikon planeja mirar em um tipo de consumidor chamado de prosumer, que está disposto a gastar mais dinheiro do que iria em um modelo de entrada, mas não está disposto a enfrentar o tamanho (e peso) dos modelos full frame, com um sensor de 24 megapixels. Diferentemente da Canon, que possui modelos APS-C (com sensores de tamanho reduzido) até a faixa dos 1.800 dólares (como a 7DmkII), a Nikon pula diretamente das APS-C na faixa dos 1.000 dólares para full frames, com a D610.
Apesar do preço relativamente baixo, a D7200 faz muito bonito em muitas partes, como, por exemplo, no sistema de autofoco. Os 51 pontos de autofoco (sendo 15 deles em cruz) superam em muito os 19 da sua competidora mais próxima do lado Canon, a 70D.
Ter utilizado uma Canon T1i (também chamada de 500D) e uma Nikon D5000 com frequência fez com que mantivesse mirando sempre em ISOs baixíssimos, já que o ruído nas fotos era inaceitável acima de ISO 800. A D7200 me fez me sentir bastante liberto nesse aspecto, me permitindo subir o ISO até 1600 e, quando necessário, 3200 sem maiores problemas. As fotos que foram tiradas em ISOs menores, mesmo quando tiveram sua exposição aumentada no Lightroom, ficaram excelentes, em termos de ruído.
Os arquivos RAW da D7200 são de particular interesse, já que conseguem ser modificados com muita amplitude sem que a edição se torne evidente. O ruído, quando aparece, vem nas cores certas, granulando um pouco a imagem, mas com as cores naturais do objeto, sem introduzir artefatos de cor onde antes não existiam. Veja o detalhe abaixo
O autofoco não foi dos mais responsivos, quando no modo de medição que utilizava todos os 51 pontos, no entanto era uma situação difícil para qualquer sistema de AF, com luzes de palco que mudavam o tempo todo. Quando utilizado apenas o ponto central de foco o resultado era extremamente rápido (inferior a meio segundo, na maior parte das vezes), o que me incentivou a fazer as fotos da noite utilizando a técnica de focar e recompor, apenas com este ponto. Em ambientes mais claros, o sistema completo de autofoco também é extremamente rápido, mas não deve ser utilizado em imagens com muitas pessoas, já que não consegue adivinhar qual o alvo do fotógrafo e acaba escolhendo o rosto errado.
É claro que a análise do autofoco é algo a ser considerado com cuidado, já que a velocidade do AF muda de acordo com a lente utilizada.
Com um tempo de exposição mínimo de 1/8000 a D7200 provavelmente não deixará na mão nenhum usuário, mas quem possui necessidades de velocidades superiores a isso, provavelmente já conhece seu nicho.
A velocidade de captura das fotos é de 5 fps em RAW 14 bits e resolução máxima, o que não é excepcional, mas é uma marca boa para uma câmera deste preço. Utilizando arquivos RAW em 12 bits, a velocidade sobe para 6 fps, mas a queda na versatilidade dos arquivos de 14 bits não justifica o ganho em velocidade. O buffer também se enche relativamente rápido, permitindo apenas 17 fotos, antes que a velocidade caia para 2 fps.
Quanto a vídeo, a D7200 atinge 1080p a 60fps tranquilamente, também sendo capaz de gravar em 50, 30, 25 e 24 fps.
Nesse ponto a Nikon é, ao mesmo tempo, superior e inferior à sua concorrente mais próxima, a Canon 70D. Enquanto a Nikon faz 1080p a 60 fps (a Canon só atinge 30 fps), a Canon tem foco automático mais rápido para vídeo e uma tela touchscreen com articulação, o que não adianta muita coisa para fotografia, mas muda muito a forma de gravar vídeo.
A D7200 é relativamente avançada para seu preço, em termos de ergonomia. Há dois modos User, que guardam as configurações específicas do usuário em quaisquer situações. É possível deixar ajustado o nível de redução de ruído das imagens, níveis de saturação, nitidez e até coisas mais granulares, como o ISO máximo atingido antes de se reduzir a velocidade de captura em um modo automático. Parece uma coisa extra, um mimo, mas qualquer um que já lidou com fotografia em um evento de diferentes ambientes (como um casamento ou aniversário) sabe a importância desses modos.
O fato de possuir duas rodas de controle também é imensamente útil, com uma delas controlando a abertura da lente e a outra o tempo de exposição. Em modelos menores, é necessário segurar um botão (com o indicador) enquanto se gira a roda de controle com o polegar. Isso é comum em câmeras maiores, mas a D7200 é a mais barata a ter os controles duplos.
A tela possui 1,2 megapixels, contrariando a irritante mania da Nikon de utilizar painéis de baixa resolução na traseira de suas máquinas. Os ângulos de visão são excelentes, tornando fácil ver fotos recém-tiradas mesmo na luz do sol.
Os menus da Nikon é que continuam sendo um tanto quanto ruins para navegação. As funções mais avançadas e algumas das mais simples se encontram escondidas em submenus, onde não deveria ser tão complicado chegar. O básico é facilmente acessável, mas mudar opções como o bracketing ou modos de autofoco requer botões específicos ou atenção ao visor secundário (superior) da máquina. Prepare-se para algumas várias consultas ao manual, caso venha adquirir uma.
Ela é a melhor das DX (câmeras com sensor menor), dentre as câmeras Nikon. Possui funções e controles dignos de modelos mais profissionais e um desempenho invejável, em termos de qualidade de imagem. No Brasil, não sai por menos de 6.800 reais (com uma lente 18-140), que dificilmente seria utilizada para fotografia comercial.
Para um fotógrafo que precisa de um corpo rápido com bom desempenho em luz baixa e já possui algumas lentes, a D7200 é um bom upgrade sobre corpos menores, mas não justifica a troca de uma D7100. É, como já dito, uma ferramenta muito boa para o fotógrafo iniciante ou para alguém que possua o dinheiro para comprar uma excelente câmera de hobby.
No caso do vídeo, a falta de um visor articulado e o vagaroso autofoco (durante fotos com Liveview ou vídeo, apenas) a tornam pouco indicada, apesar de possuir uma porta dedicada para microfones externos.
Se seu negócio são fotos e você usa lentes DX, é a melhor máquina possível pelo preço. Caso filme profissionalmente ou já possua lentes FX, vale a pena considerar a Canon 70D (no caso do vídeo) ou uma Nikon D610, para aproveitar o melhor desempenho de ISO dos sensores Full Frame.
Sensor | CMOS APS-C (23,5 x 15,6 mm) 24 Megapixels (6000x4000) |
---|---|
Obturador | 30" - 1/8000 |
Visor | Óptico, 100% de cobertura, 0,94% de magnificação |
Tela | 3,2" com 1,2 MP de resolução |
Tamanho | 13,6 x 10,7 x 7,6 cm |
Peso | 675g |
Prós | Bom desempenho de ISO; boa qualidade de imagem. |
---|---|
Contras | Tela fixa não favorece gravação de vídeo; alguns controles ficam escondidos demais. |
Conclusão | Câmera excelente para fotógrafos que ainda não se comprometeram a lentes para Full Frame. |
Imagem | 8,4 |
Velocidade | 7,5 |
Visor | 8,7 |
Recursos | 8,8 |
Design | 7,8 |
Média | 8.0 |
Preço | R$ 6.800 |