Nexus 4 brasileiro é um dos mais caros do mundo
Segundo estudo, são necessários 2,24 salários para adquirir o smartphone do Google no Brasil
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2013 às 10h21.
São Paulo - O valor do Nexus 4 no Brasil, anunciado na semana passada, é um dos mais caros do planeta e também um dos mais altos em relação ao salário mínimo.
Para descobrir o quanto o smartphone criado por Google e LG pesa no bolso, comparamos o menor preço cobrado por aqui com o de outros oito países: Estados Unidos, Reino Unido, França, Espanha, Holanda, Austrália, Romênia e Malásia.
Depois, buscamos qual é o valor do salário mínimo em cada local e incluímos todas as informações em um gráfico, que pode ser visto abaixo. Convertemos os preços para dólar, para facilitar os cálculos. Os dados levam a hipóteses interessantes.
A pior relação entre preço cobrado e salário mínimo foi registrada em nações consideradas periféricas ou em desenvolvimento. No Brasil, são necessários 2,24 salários para adquirir um Nexus 4, enquanto na Malásia o número chega a 2,41 e, na Romênia, cai para 1,83. Nenhum dos três conta com vendas diretas do Google, pela Play Store.
Já nos países considerados desenvolvidos, a relação varia de 0,16 salário, na Austrália, até 0,46 salário, na Espanha. Os descontos dados pela Play Store nos Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, França e Austrália mantêm a diferença baixa. Isso significa que o valor relativo do Nexus 4 é bem menor por lá. Qualquer consumidor pode comprar o dispositivo à vista e ainda terá dinheiro sobrando. No Brasil, terá de parcelar uma dezena de vezes para que caiba no bolso.
Mesmo na Holanda, onde o celular é mais caro por não haver venda direta pela Play Store, a relação é de 0,30. Isso porque o salário mínimo por lá está entre os mais altos do mundo. E o que isso tudo significa? Uma possível explicação: nos lugares onde o poder de compra é maior, o Google procura forçar uma redução no preço do Nexus 4, porque o seu interesse está em trazer mais gente para consumir aplicativos, filmes, música e livros no Android. Em lugares como o Brasil, ninguém vai gastar tanto com conteúdo. Logo, não há motivo para se preocupar.
Claro que há ainda os impostos que incidem sobre os aparelhos, mas a questão precisa ser relativizada. Afinal, a LG produz o Nexus 4 aqui, o que certamente reduz a carga tributária sobre o celular. De uma maneira geral, em lugares onde não há venda de hardware na Play Store, o Nexus 4 não sai por menos do que 500 dólares. Será mera coincidência?
No ano passado, a loja espanhola Phone House suspendeu a venda do smartphone, alegando que a LG tinha fixado o valor de 599 euros (769 dólares) para a venda do dispositivo desbloqueado no varejo. Rebeliões contra isso e o início da comercialização pela Play Store em vários lugares (inclusive na Espanha) podem ter forçado uma queda de preço. No Brasil, no entanto, o Nexus 4 continua a ser vendido aos montes. Ficará mais barato um dia? Dificilmente.
São Paulo - O valor do Nexus 4 no Brasil, anunciado na semana passada, é um dos mais caros do planeta e também um dos mais altos em relação ao salário mínimo.
Para descobrir o quanto o smartphone criado por Google e LG pesa no bolso, comparamos o menor preço cobrado por aqui com o de outros oito países: Estados Unidos, Reino Unido, França, Espanha, Holanda, Austrália, Romênia e Malásia.
Depois, buscamos qual é o valor do salário mínimo em cada local e incluímos todas as informações em um gráfico, que pode ser visto abaixo. Convertemos os preços para dólar, para facilitar os cálculos. Os dados levam a hipóteses interessantes.
A pior relação entre preço cobrado e salário mínimo foi registrada em nações consideradas periféricas ou em desenvolvimento. No Brasil, são necessários 2,24 salários para adquirir um Nexus 4, enquanto na Malásia o número chega a 2,41 e, na Romênia, cai para 1,83. Nenhum dos três conta com vendas diretas do Google, pela Play Store.
Já nos países considerados desenvolvidos, a relação varia de 0,16 salário, na Austrália, até 0,46 salário, na Espanha. Os descontos dados pela Play Store nos Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, França e Austrália mantêm a diferença baixa. Isso significa que o valor relativo do Nexus 4 é bem menor por lá. Qualquer consumidor pode comprar o dispositivo à vista e ainda terá dinheiro sobrando. No Brasil, terá de parcelar uma dezena de vezes para que caiba no bolso.
Mesmo na Holanda, onde o celular é mais caro por não haver venda direta pela Play Store, a relação é de 0,30. Isso porque o salário mínimo por lá está entre os mais altos do mundo. E o que isso tudo significa? Uma possível explicação: nos lugares onde o poder de compra é maior, o Google procura forçar uma redução no preço do Nexus 4, porque o seu interesse está em trazer mais gente para consumir aplicativos, filmes, música e livros no Android. Em lugares como o Brasil, ninguém vai gastar tanto com conteúdo. Logo, não há motivo para se preocupar.
Claro que há ainda os impostos que incidem sobre os aparelhos, mas a questão precisa ser relativizada. Afinal, a LG produz o Nexus 4 aqui, o que certamente reduz a carga tributária sobre o celular. De uma maneira geral, em lugares onde não há venda de hardware na Play Store, o Nexus 4 não sai por menos do que 500 dólares. Será mera coincidência?
No ano passado, a loja espanhola Phone House suspendeu a venda do smartphone, alegando que a LG tinha fixado o valor de 599 euros (769 dólares) para a venda do dispositivo desbloqueado no varejo. Rebeliões contra isso e o início da comercialização pela Play Store em vários lugares (inclusive na Espanha) podem ter forçado uma queda de preço. No Brasil, no entanto, o Nexus 4 continua a ser vendido aos montes. Ficará mais barato um dia? Dificilmente.