Netflix e outras plataformas over-the-top têm um grande desafio, que é "ocupar todas as TVs da casa", diz Peter Stern (Justin Sullivan / Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2012 às 15h22.
São Paulo - Em 2011, o principal evento de TV por assinatura dos EUA foi pautado pelo significado do que representava uma empresa como a Netflix para o modelo tradicional de TV paga. Era o inimigo mais comentado e temido em todas as palestras.
Esse ano, durante a Cable 2012, que acontece esta semana em Boston, o medo se foi e praticamente não se fala mais em Netflix como uma ameaça. Para Craig Moffett, analista de TV paga da Sanford C. Bernstein, entre o evento de 2011 e o deste ano foi possível colocar a ameaça dos serviços over-the-top (OTT) em uma perspectiva melhor, "até por conta dos resultados ruins da Netflix".
Por outro lado, para Peter Stern, principal executivo de estratégia da Time Warner Cable, existe ainda uma questão a ser explorada que é por quê 8 milhões dos 25 milhões de usuários da Netflix não são assinantes de TV a cabo.
"Existe alguma coisa ai, talvez uma oportunidade". Para ele, a migração dos serviços para plataformas IP é uma realidade, e "a resposta das operadoras em uma nova política de empacotamento é crítica para evitar a perda de mercado com os cable cutters. Quando isso for uma ameaça concreta já será tarde". Para ele, o Netflix e outras plataformas over-the-top têm um grande desafio, que é "ocupar todas as TVs da casa", diz Stern. Mas para ele, "nós (operadoras de cabo) temos o desafio de ocupar os espaços fora da casa".
Para Doug Mitchelson, analista do Deutsche Bank, as pessoas estão deixando de ter TV por alguma razão. "E quanto mais se quebra o modelo, mais os custos aumentam", disse. Ele lembrou que os investimentos em rede estão feitos e que é preciso apresentar os novos modelos.