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Na véspera de evento do PS5, Sony fechará fábrica no Brasil

Fabricante do PlayStation 5 vai deixar de vender televisores, equipamentos de áudio e câmeras fotográficas a partir do ano que vem no país

PlayStation 5: na véspera do lançamento oficial do videogame, Sony diz que fechará fábrica em Manaus (Anadolu Agency/Getty Images)

Tamires Vitorio

Publicado em 15 de setembro de 2020 às 10h18.

Última atualização em 16 de setembro de 2020 às 19h05.

A gigante japonesa Sony , uma das maiores fabricantes de eletrônicos do mundo, fechará a sua fábrica em Manaus, a única em território brasileiro. Em comunicado na véspera do lançamento do videogame PlayStation 5 , a empresa afirmou que as operações fabris no país serão totalmente encerradas em 2021.

A companhia afirma que a partir do ano que vem a venda de televisões, equipamentos de áudio e câmeras fotográficas serão interrompidas e somente o PlayStation continuará a ser comercializado no Brasil. Outros braços da empresa, como a Sony Pictures e a Sony Music, não deixarão de funcionar. "Nós decidimos fechar a fábrica em Manaus ao final de março de 2021 e interromper, em meados de 2021, as vendas de produtos de consumo pela Sony Brasil, tais como TV, áudio e câmeras, considerando o ambiente recente de mercado e a tendência esperada para os negócios", afirmou a empresa em nota enviada à EXAME . Sobre a alteração de preços dos produtos, a empresa afirmou à EXAME, por e-mail, que "não haverá alteração de preços, a Sony continuará com sua política normalmente".

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Na tarde desta segunda-feira, 14, começou a circular entre os varejistas uma carta assinada pelo gerente de operações sênior da Sony no Brasil, na qual ele afirmou que a operação local "vai continuar a fornecer serviços de suporte técnico e garantia dos produtos comercializados".

O PlayStation 5 deve começar a ser vendido no final deste ano e o evento oficial de lançamento do videogame acontece nesta quarta-feira, 16. O console da Sony é o preferido dos fãs de videogame no mundo, com uma fatia de 64,2% do mercado, enquanto o Xbox tem 35,8% e o Nintendo Switch, apenas 0,01%, segundo o site irlandês StatCounter. Mesmo assim, a Sony cortou a estimativa de produção do novo modelo do seu videogame em 4 milhões --- serão produzidos 11 milhões de consoles por problemas encontrados no chip.

O mercado das TVs no Brasil (e no mundo), por exemplo, é dominado pela sul-coreana Samsung, líder de mercado global há 14 anos, segundo a IHS Markit. Um dos pontos que pode ter levado a Sony a deixar o Brasil é exatamente esse: enquanto as marcas chinesas e coreanas produzem em larga escala, a companhia japonesa não conseguiu acompanhar o ritmo frenético. Em um mercado de televisores como o brasileiro, a saída da Sony é um prato cheio para outras fabricantes, como a própria Samsung, a LG, a Roku e a novata TLC.

A Sony não é a primeira empresa a deixar o Brasil, e também não deve ser a última. Outras empresas de segmentos variados já encerraram suas atividades no país, como a Nikon em 2018, a Gradiente, Philips, e Sharp. No setor de câmeras fotográficas no Brasil só sobrou a Canon e a Fuji.

O lucro da empresa também tem caído nos últimos anos, embora esteja mais alto do que em 2016, quando atingiu seu nível mais baixo, de 67,8 bilhões de dólares. Em 2019, o lucro foi de 76,9 bilhões de dólares.

Confira a nota na íntegra:

"O grupo Sony sempre adota medidas para fortalecer a estrutura e a sustentabilidade de seus negócios, para responder às rápidas mudanças no ambiente externo. Nós decidimos fechar a fábrica em Manaus ao final de Março de 2021 e interromper, em meados de 2021, as vendas de produtos de consumo pela Sony Brasil, tais como TV, áudio e câmeras, considerando o ambiente recente de mercado e a tendência esperada para os negócios. A Sony está tomando todas as medidas necessárias e está muito comprometida como empresa em empenhar seus esforços para garantir todos os direitos, o melhor tratamento e cuidados especiais aos seus colaboradores. Sony Brasil continuará a oferecer todo suporte ao consumidor para os produtos sob a sua responsabilidade comercial de acordo com as leis aplicáveis e sua política de garantia de produtos. Os demais negócios do grupo Sony no Brasil (Games, Soluções Profissionais, Music e Pictures Entertainment) continuarão a manter sua forte atuação no mercado local."

 

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