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Na espera pelo 5G, Brasil sofre com problemas no 4G

Tanto em velocidade como em disponibilidade, a internet móvel brasileira mostra que ainda tem muito a evoluir

Smartphones: plataformas de nicho cresceram as receitas geradas aos seus influenciadores digitais (ViewApart/Thinkstock)

Smartphones: plataformas de nicho cresceram as receitas geradas aos seus influenciadores digitais (ViewApart/Thinkstock)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 27 de agosto de 2019 às 18h39.

Última atualização em 27 de agosto de 2019 às 19h03.

São Paulo – Em maio deste ano, um levantamento realizado pela OpenSignal, empresa especializada em análise de conectividade de operadoras de internet, classificou o Brasil como apenas o 50º colocado em um ranking que mede a qualidade da internet 4G. O País fica atrás de nações como Kuwait e Myanmar. A colocação é ruim, mas não é surpreendente.

O levantamento levou em conta a média de velocidade de download ofertada pelas empresas no Brasil, que ficou em 13 Mbps, abaixo da média mundial de 17,6 Mbps. O líder do ranking é a Coreia do Sul, com conexão com velocidades no patamar de 50 Mbps.

Outro problema é a disponibilidade. Mesmo com uma melhora na oferta, o quarto padrão de internet móvel ainda é uma realidade distante para parte da população brasileira.

De acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em maio, o Brasil tinha 228,65 milhões de celulares em uso no País e que realizaram 140,1 milhões de acessos móveis à rede 4G. O montante é 2,3 milhões superior ao registrado em abril.

Além disso, também em maio, segundo a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), 4.534 municípios estavam sendo atendidos pela cobertura 4G em maio deste ano, 12% a mais do que em 2018. O 3G, padrão mais lento, acobertava 5.424 cidades.

Os resultados são animadores, de fato, mas incorretos sob a ótica de que todos habitantes dessas cidades, que representam 96% e 99,6% da população, são atendidos de fato. Principalmente quando a discussão se dá fora do perímetro urbano das cidades.

Em pesquisa recente feita pela OpenSignal revelou nesta semana que usuários da rede 4G residentes em cidades consideradas urbanas contam, em média, com 75% de disponibilidade e sinal, contra 41% em áreas rurais.

Isso significa que o tempo em que o sinal móvel neste padrão está disponível nas cidades é 1,8 vezes maior do que na região rural. As informações foram obtidas após testes realizados com mais de 1 milhão de celulares no Brasil entre abril e junho deste ano.

Outro dado interessante se dá em relação às empresas do setor. Pelo relatório, a TIM é a líder entre as operadoras após apresentar cobertura do 4G capaz de atender 84% dos municípios urbanos e 53% das cidades rurais.

Na ponta oposta está a Oi. A cobertura da lanterna entre as operadoras é de apenas 64% das regiões urbanas e 14% das rurais. O desempenho ruim se deve ao fato de que a empresa não passou a utilizar a faixa de conexão de 700 MHz disponibilizada após o desligamento do sinal analógico de televisão.

5G ainda deve demorar

Enquanto o 4G ainda enfrenta problemas no Brasil, a chegada do 5G ao País ainda deve demorar. Em fevereiro deste ano, o presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais afirmou que o leilão das faixas de frequência compatíveis com a nova rede deve acontecer apenas em março de 2020, prazo que pode não ser cumprido de acordo com a Telefônica.

A declaração, dada durante a Mobile World Congress, evento de tecnologia que ocorre anualmente em Barcelona, na Espanha, é fundamental para entender em que passo está a adoção do 5G. Isso porque a operadora de telefonia vencedora do leilão terá o direito de explorar o espectro que oferece a conexão.

Já a chegada de serviços da quinta geração de internet móvel só devem desembarcar por aqui a partir de 2023, segundo uma avaliação da consultoria Ovum. De acordo com a análise, aplicações do 5G em missões críticas e o fornecimento de jogos em nuvem dependem de uma taxa de latência mais baixa e que não deve ser atingida nos primeiros anos da tecnologia no Brasil.

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