Empresas multinacionais sofrem ciberataque mundial
Especialistas em segurança cibernética identificaram o vírus como "Petrwrap", uma versão modificada do "ransonware" Petya
AFP
Publicado em 27 de junho de 2017 às 12h16.
Última atualização em 27 de junho de 2017 às 17h02.
Uma onda de ataques cibernéticos semelhante à lançada com o vírus WannaCry atingia nesta terça-feira (27) grandes empresas e estruturas governamentais na Ucrânia e na Rússia, e se espalha pelo mundo.
Depois de abalar empresas ucranianas e o grupo petrolífero russo Rosneft, o ataque afetava a companhia de transporte marítimo dinamarquesa Maersk, a gigante de publicidade britânica WPP e o fabricante francês Saint-Gobain, de acordo com essas três empresas, que indicaram que seus sistemas informáticos tiveram de ser protegidos para evitar possível perda de dados.
O vírus "está se espalhando ao redor do mundo, muitos países são afetados", advertiu no Twitter o pesquisador Costin Raiu, do laboratório russo Kaspersky.
Ainda não foi estabelecida formalmente uma ligação entre os diferentes ataques, que teriam sido simultâneos.
De acordo com informações de várias empresas, o vírus em questão faz aparecer na tela dos aparelhos afetados um pedido de US$ 300 de resgate.
Vários especialistas em segurança cibernética identificaram o vírus como "Petrwrap", uma versão modificada do "ransonware" Petya.
Devido a este ataque, os passageiros do metrô de Kiev não podiam pagar suas passagens com cartão de crédito, os painéis do aeroporto de Kiev não funcionavam, e os bancos ucranianos precisaram paralisar alguns dos serviços oferecidos a seus clientes.
A companhia petrolífera russa Rosneft declarou ser vítima de um "poderoso ataque cibernético", ressaltando que a produção de petróleo não havia sido interrompida.
A companhia siderúrgica Evraz também sofreu um ataque, confirmou um porta-voz à agência de notícias Ria-Novosti.
De acordo com a sociedade especializada em cibersegurança Group-IB, "cerca de 80 empresas foram atingidas" na Rússia e na Ucrânia. Entre elas, Mars, Nivea, Auchan e estruturas do governo ucraniano.
Em 12 de maio, um outro "ransonware", "Wannacry", afetou milhares de computadores em todo o mundo, paralisando o serviço de saúde britânico e a montadora francesa Renault. Seus autores exigiam um resgate para desbloquear os dispositivos eletrônicos contaminados.
A companhia americana de antivírus Symantec apontou o grupo de hackers Lazarus como suspeito de ter ligações com a Coreia do Norte. Pyongyang negou qualquer ligação com esse ataque em massa.
Voos atrasados
Em um comunicado, o banco central da Ucrânia informou "ter relatado aos bancos e a outros agentes do mercado financeiro um ataque informático externo hoje contra os sites dos bancos ucranianos e empresas públicas e comerciais".
Após esses ataques, "os bancos enfrentam dificuldades para restabelecer seus serviços para os clientes", indicou o Banco Nacional da Ucrânia (NBU).
Oschadbank indicou, em nota, "ser forçado a recorrer a serviços limitados para os seus clientes".
O site do governo ucraniano também experimentava dificuldades na parte da tarde.
Em sua página no Facebook, o metrô de Kiev informou não ser capaz de aceitar pagamentos com cartão de crédito por causa de um "ataque cibernético".
O site oficial e, com exceção de um, os painéis do aeroporto Borispol de Kiev "não funcionam mais", declarou a direção do aeroporto em sua página no Facebook, acrescentando que, por essa razão, os voos podem sofrer atrasos.