Moto Z e Moto Snaps
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2016 às 18h03.
São Paulo -- O Moto Z é o melhor smartphone modular do mercado. Com ele, a Lenovo faz o que a LG não conseguiu com o G5 SE: aliar beleza e praticidade. Sem levar em conta a aplicação de módulos, o aparelho da Lenovo já traz boas configurações e um belo design. Mas são os acessórios -- chamados de Moto Snaps -- que fazem do Moto Z um produto especial.
O que mais surpreende no design do Moto Z é sua baixa espessura. Com apenas 5,2 milímetros, ele é o smartphone mais fino à venda no mercado brasileiro. Mesmo com alguns dos acessórios, como bateria extra ou capa, ele continua fino. Mas isso traz pontos negativos: a câmera fica muito protuberante e as lateriais um pouco afiadas ao toque.
Além disso, ele chega sem a tradicional entrada para fones de ouvido -- a Apple não foi a primeira a fazer isso. As opções para ouvir músicas são: usar um fone sem fio; ter um fone que se conecte pela porta USB-C; ou usar o conector que acompanha o Moto Z. Os fones fornecidos pela Lenovo são tradicionais, então o adaptador se faz obrigatório. Usar o acessório foi um pouco inconveniente, especialmente no início. Com o passar dos dias, me acostumei um pouco.
O visual do Moto Z é similar ao do iPhone 6s. Com corpo de metal e a frente totalmente revestida de vidro, ele tem apenas um alto-falante no topo. O som é baixo e não indicamos o uso sem uma caixa de som. Na traseira, além da câmera, estão ímãs para conexão dos Snaps. São doze, todos banhados a ouro, e dão um toque futurístico ao aparelho.
A tela de 5,5 polegadas tem resolução Quad HD (1.440 x 2.560 pixels) e conta com Gorilla Glass 4, que é resistente à água e à poeira. Falando em proteção, o smartphone é resistente apenas à respingos dágua. Por isso, não tente mergulhar com ele no bolso.
As câmeras do Moto Z são decentes. A principal tem sensor de 13 megapixels, foco a laser, abertura f/1.8 e estabilização óptica. O app da câmera é rápido para fotografar e tem bom desempenho em locais bem iluminados. As imagens ficaram um pouco saturadas -- o que não é um problema tão grande, pois os elementos da foto ficaram vivos.
Em locais com baixa luminosidade, a câmera sofre. Outro problema é o balanço de brancos, que fica mal regulado em alguns momentos. Um recurso ótimo da câmera principal é o modo profissional. Com ele, é possível ajustar ISO, foco e balanço de branco manualmente.
A câmera frontal tem sensor de 5 megapixels, abertura f/2.2 e flash. O modo de embelezamento (que elimina imperfeições da pele) me impressionou. Em outros smartphones, esse recurso borra a imagem para tirar imperfeições, mas acaba apagando detalhes do rosto. O modo do Moto Z não faz isso, tornando o photoshop mais natural.
Apesar de um bom jogo de câmeras, o Moto Z não chega aos pés de outros produtos topo de linha (como iPhone 6s e Galaxy S7) no quesito fotos. Veja algumas imagens feitas com o Moto Z abaixo:
Os Moto Snaps são módulos que adicionam funcionalidades ao Moto Z. É preciso apenas aproximar um deles à traseira do Moto Z para que a conexão seja feita. Os três módulos testados funcionaram bem. Não há configurações para se preocupar e nenhum processo de emparelhamento a ser feito. Quando você anexa um Snap, a tela do smartphone irá mostrar um breve tutorial sobre como usar todas as funcionalidades do acessório.
Quatro Snaps foram lançados no mercado brasileiro. O primeiro é uma bateria extra de 2.220 mAh. Outro é a caixa de som JBL, que tem bateria própria. Esse Snap aumenta bastante o volume do som do Moto Z. O seu preço de 699 reais, no entanto, é um pouco salgado. Talvez valha mais a pena comprar uma caixa de som Bluetooth que se conecta com qualquer gadget.
O Snap mais surpreendente é o mini-projetor, capaz de criar uma tela de 70 polegadas em qualquer superfície. A tela projetada pelo Snap tem resolução de 480p -- não é nem HD (720p). Isso é um pouco desanimador, se você comparar essa resolução com a da tela do Moto Z, que é uma Quad HD. Além disso, o preço dele é o mesmo que o de um smartphone regular: 1.499 reais.
O acessório mais legal é a câmera Hasselblad True Zoom, que tem zoom óptico de dez vezes e flash de xenônio. O problema é que este Snap utiliza a bateria do Moto Z. A Hasselblad começará a ser vendida apenas em outubro.
Todos os Snaps podem ser comprados separadamente -- mas não valem o preço. Sabendo disso, a Lenovo decidiu vender os acessórios com o Moto Z em diferentes kits. O pacote mais simples, com bateria extra e capa, sai por 3.199 reais. O Moto Z com a Hasselblad ou com o projetor sai por 3.999 reais, enquanto o combo com a caixa da JBL sai por 3.499 reais.
O Moto Z é um ótimo smartphone por si só. Ele vem com processador Snapdragon 820, memória RAM de 4 GB e armazenamento interno de 64 GB, expansível com cartão microSD de até 2 TB. Durante os testes, o smartphone não apresentou travamentos com jogos e todos os aplicativos rodaram bem.
Ele é o primeiro smartphone topo de linha da Lenovo com leitor de digitais. O sensor está localizado na parte inferior da frente do dispositivo, mas não funciona como botão. Nos primeiros dias de uso, a similaridade do leitor com um botão irrita um pouco, pois você pode apertar de maneira instintiva, somente para lembrar que ele é somente um sensor.
O sistema operacional do celular é o Android Marshmallow 6.0.1. Ele vem com melhorias de software, como o Moto Display -- que mostra as notificações de aplicativos na tela. Outra característica adicional é o Moto Voice, que permite que o usuário acesse a assistente do Google com apenas um comando de voz.
O Moto Z se saiu bem nos benchmarks, os aplicativos que avaliam o desempenho de smartphones. Eles realizam simulações que, geralmente, exigem muito dos produtos e dão notas de performance. Confira como ele se saiu em comparação com outros dois aparelhos topo de linha de suas marcas.
Benchmarks | Moto Z | Galaxy S7 Edge | LG G5 SE |
AnTuTu (em pontos) | 58.861 | 129.618 | 62.337 |
Vellamo (em pontos) | 3.392 | 5.201 | 3.293 |
Basemark OS II (em pontos) | 2.261 | 2.551 | 1.077 |
Geekbench (em pontos) | 3.813 | 6.415 | 4.036 |
No teste de uso intenso do INFOlab, o smartphone da Lenovo suportou 6 horas e 50 minutos de reprodução de vídeos em HD, com Wi-Fi e Bluetooth ativos. É mais ou menos a mesma quantidade de tempo que o LG G5 SE durou e, praticamente, a metade da duração de bateria do Galaxy S7 edge sob as mesmas condições.
O Moto Z suportou um dia inteiro de uso sem a necessidade de recarregar a bateria. Eu utilizei o dispositivo para navegar na internet, escutar música, tirar fotos e até jogar alguns games. O gadget vem com um carregador Fast Charging de 15 watts, que permite que a bateria do smartphone seja recarregada de 0% a 100% em cerca de 1h. Para vias de comparação, no mesmo teste, o Samsung Galaxy S7 levou mais ou menos 1h30 na tomada.
Apesar de caros, os Snaps acrescentam positivamente ao design do Moto Z. Nesse ponto, a Lenovo merece os meus parabéns, pois conseguiu fazer um smartphone bem diferente -- eu diria até divertido -- com configurações internas similares aos gadgets topo de linha do mercado, como o Galaxy S7 e o iPhone 7.
O que falta é um Snap realmente único, que seja essencial para o usuário. Os acessórios lançados até agora são bacanas, mas não são tão necessários no dia a dia. Assim, se você quer fazer parte dessa nova mudança de design dos smartphones, o Moto Z é a melhor escolha -- principalmente o kit com a câmera da Hasselblad. Porém, se você não é muito ligado nisso, os dispositivos da Samsung e da Apple ainda são mais interessantes.
Sistema Operacional | Android 6.0.1 Marshmallow |
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Processador | Qualcomm Snapdragon 820 |
CPU | Quad-core de até 1,8 GHz |
GPU | Adreno (TM) 530 @ 510 MHz |
RAM | 4 GB |
Armazenamento | 64 GB + MicroSD de 2 TB |
Tela | 5,5" Quad HD (1.440 x 2.560 pixels) |
Peso | 136 gramas |
Bateria | 2.600 mAh |
Câmeras | 13 MP e 5 MP |
Conexões | 4G, Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, Bluetooth versão 4.1 LE, Moto Snaps, Wi-Fi Direct. NFC |
Prós | Boas câmeras, fino e veloz. Os Snaps se encaixam bem e são fáceis de usar |
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Contras | Sem entrada tradicional para fone de ouvido e apenas um alto-falante |
Conclusão | Ambicioso e, com certeza, o melhor smartphone modular do mercado |
Configuração | 9,0 |
Usabilidade | 9,0 |
Foto | 7.5 |
Bateria | 8,0 |
Design | 9,0 |
Média | 8.5 |
Preço | 3.199 reais |