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Mobli tenta ser um novo Instagram no Brasil

Além de fotos, o aplicativo também faz vídeos - com filtros - e não corta as imagens


	O Mobli é tecnicamente melhor, mas não tem a mesma popularidade do Instagram
 (Divulgação)

O Mobli é tecnicamente melhor, mas não tem a mesma popularidade do Instagram (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2013 às 09h42.

São Paulo - O israelense Moshe Hogeg, de 32 anos, tem um plano: criar um serviço para ver o mundo, em tempo real, por meio de bilhões de imagens e vídeos publicados pelas pessoas na internet.

O jeito mais lógico seria usar o conteúdo que já está nas redes sociais. Mas Hogeg preferiu outro caminho. Decidiu criar a sua própria plataforma, feita para smartphones, e batizou o aplicativo de Mobli.

O resultado é uma espécie de Instagram melhorado que, além de fotos, também faz vídeos - com filtros - e não corta as imagens. Esta falha, para Moshe, é a principal reclamação dos usuários do app. Além disso, o Mobli permite seguir assuntos (hashtags) relacionados a lugares, pessoas ou temas.

A ideia chamou a atenção de investidores, principalmente depois da compra do Instagram pelo Facebook em 2012 por US$ 1 bilhão. A startup de Moshe, que em 2011 já tinha recebido US$ 4 milhões de um grupo liderado pelo ator Leonardo DiCaprio, levou mais US$ 22 milhões em outra rodada.

O dinheiro veio em boa hora. A primeira versão do Mobli usava a tecnologia HTML5, que dispensa a necessidade de baixar e instalar o app. Com isso, a performance deixava muito a desejar. Era lento e instável. Os primeiros usuários não gostaram e pararam de usá-lo. Por isso, Moshe e sua equipe precisavam reformular o app e corrigir os erros. Em março, surgiu a nova versão para iOS, Android e BlackBerry.

Para chamar a atenção, os criadores chegaram a oferecer um prêmio para quem trocasse o Instagram pelo Mobli, numa campanha chamada de “Meu Último Instagram”. Com isso, ele atraiu uma nova leva de usuários, curiosos para testar a novidade.


A participação de DiCaprio trouxe outros famosos - alguns também viraram investidores. Entre eles estão a tenista Serena Williams, o jogador David Luiz, o ator Tobey Maguire e o ex-ciclista Lance Armstrong. Em uma entrevista em abril à revista Capricho, a atriz Lindsay Lohan afirmou que o Mobli era sua rede favorita. O vídeo, no YouTube, foi visto 54 mil vezes.

Logo, o app foi descoberto por usuários brasileiros - muitos deles, adolescentes. Por cinco semanas, ele esteve entre os dez aplicativos gratuitos mais baixados na App Store brasileira - ficou no topo da lista em duas. Chegou também às celebridades daqui, como o humorista Rafinha Bastos e os cantores Fiuk e Luan Santana.

“Vi alguns amigos comentando em seus perfis e fiquei curioso”, disse Santana à reportagem, por e-mail. “Se vai virar um ‘novo Facebook’ não dá para prever, mas que tem muitos usuários aderindo, isso tem.”

Rafinha Bastos ouviu falar do aplicativo pelo Twitter e ficou interessado. “O Mobli é tecnicamente melhor, mas não tem a mesma popularidade do Instagram.”

Segundo Moshe, o app conseguiu 800 mil usuários no Brasil, que já é o número um do app. Na semana passada, o jovem fundador veio ao País a convite de empresários e publicou imagens da visita - uma delas ao lado de Eike Batista, que também criou uma conta no Mobli.

Não é a primeira vez que um site cresce ao atrair famosos. Twitter e Instagram passaram por isso. Mas, para Leonardo Xavier, empresário do mercado de aplicativos e fundador da Pontomobi, são as pessoas próximas que retêm alguém numa rede social.

“Não adianta ter recursos bons se meus amigos não estão lá”, diz. “A migração de usuários é a grande barreira. O Instagram teve uma pequena perda no ano passado, mas a maioria das pessoas continua lá.”

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