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Mídia francesa e Google fecham acordo

Acordo inédito prevê remuneração para empresas de comunicação pelo conteúdo publicado no site Google News

Logo do Google: polêmica relacionada ao Google News fez com que jornais fechassem suas notícias (REUTERS/Mark Blinch)
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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2013 às 10h29.

São Paulo - Em um acordo inédito que envolveu a mediação do Palácio do Eliseu, a imprensa da França e o gigante de informática americano Google firmaram nesta sexta-feira, em Paris, um acordo para remunerar empresas de comunicação pelo conteúdo publicado no site Google News. Um fundo de € 60 milhões será criado para financiar a adaptação da imprensa escrita à internet. O entendimento abre um precedente para países como o Brasil e a Alemanha, onde a discussão também existe.

O fundo, com validade de três a cinco anos, será gerenciado por um conselho de administração aberto, cujos membros - "personalidades independentes" - ainda não foram anunciados. Caberá ao conselho receber e analisar os projetos apresentados por jornais e revistas que pedirão financiamento. "O fundo terá por função selecionar os projetos que, por seu mérito, receberão recursos", explicou Marc Schwartz, um dos mediadores do acordo e provável presidente do conselho.

As linhas de financiamento poderão ser solicitadas pela imprensa nacional, pelos veículos regionais e por "pure players", as empresas que iniciam atividades já no ambiente virtual. "A imprensa de entretenimento não será incluída", disse Schwartz.

Além do administrador do fundo, todas as partes envolvidas na negociação celebraram o acordo, firmado após dois meses de debates. Eric Schmidt, presidente do grupo Google, definiu o compromisso como "histórico". "Vale mais chegar a um acordo do que a uma lei, logo, essa foi a melhor abordagem", disse. O executivo se referia às ameaças veladas feitas pelo governo de que criaria uma lei regulamentando o pagamento de direitos autorais pelo Google às editoras jornalísticos na França, caso não houvesse entendimento.

A presidente da Associação da Imprensa de Informação Política e Generalista (AIPG), Nathalie Collin, lembrou que o acordo é inédito no mundo. "É uma première mundial para as editoras de jornais e revistas", destacou. Já o presidente francês, François Hollande, informou, em nota oficial, que o fundo será financiado exclusivamente pelo Google, mas que o Estado vai desenvolver novas políticas de apoio à transição da imprensa à internet. "O Estado não vai suspender seus financiamentos próprios", reiterou.

Disputa

A pressão sobre o Google na França vinha crescendo nos últimos dois meses em duas frentes diferentes. A primeira era a da imprensa escrita, que exigia a remuneração pelo uso de seu conteúdo no Google News. Em dezembro, oito dos maiores jornais e revistas do país chegaram a anunciar uma parceria com a maior operadora de telecomunicações da França, a Orange, para criação de um site concorrente ao Google News.

A segunda frente ainda vem sendo travada e envolve os operadores de telefonia. Prejudicadas pelo tráfego de dados nas suas redes, gerado pelo uso intenso da internet nos smartphones, as empresas exigem que as gigantes da internet participem dos custos de construção de novas redes, como os serviços 4G e de fibra ótica. No início do mês, o Free, um dos maiores fornecedores de TV paga, telefonia e internet da França, instalou um filtro que suspendeu a exibição de publicidade no tráfego de dados que passa por suas redes. O filtro, que ameaçou os interesses do Google, foi retirado após pressão das editoras jornalísticos, que também seriam afetadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - Em um acordo inédito que envolveu a mediação do Palácio do Eliseu, a imprensa da França e o gigante de informática americano Google firmaram nesta sexta-feira, em Paris, um acordo para remunerar empresas de comunicação pelo conteúdo publicado no site Google News. Um fundo de € 60 milhões será criado para financiar a adaptação da imprensa escrita à internet. O entendimento abre um precedente para países como o Brasil e a Alemanha, onde a discussão também existe.

O fundo, com validade de três a cinco anos, será gerenciado por um conselho de administração aberto, cujos membros - "personalidades independentes" - ainda não foram anunciados. Caberá ao conselho receber e analisar os projetos apresentados por jornais e revistas que pedirão financiamento. "O fundo terá por função selecionar os projetos que, por seu mérito, receberão recursos", explicou Marc Schwartz, um dos mediadores do acordo e provável presidente do conselho.

As linhas de financiamento poderão ser solicitadas pela imprensa nacional, pelos veículos regionais e por "pure players", as empresas que iniciam atividades já no ambiente virtual. "A imprensa de entretenimento não será incluída", disse Schwartz.

Além do administrador do fundo, todas as partes envolvidas na negociação celebraram o acordo, firmado após dois meses de debates. Eric Schmidt, presidente do grupo Google, definiu o compromisso como "histórico". "Vale mais chegar a um acordo do que a uma lei, logo, essa foi a melhor abordagem", disse. O executivo se referia às ameaças veladas feitas pelo governo de que criaria uma lei regulamentando o pagamento de direitos autorais pelo Google às editoras jornalísticos na França, caso não houvesse entendimento.

A presidente da Associação da Imprensa de Informação Política e Generalista (AIPG), Nathalie Collin, lembrou que o acordo é inédito no mundo. "É uma première mundial para as editoras de jornais e revistas", destacou. Já o presidente francês, François Hollande, informou, em nota oficial, que o fundo será financiado exclusivamente pelo Google, mas que o Estado vai desenvolver novas políticas de apoio à transição da imprensa à internet. "O Estado não vai suspender seus financiamentos próprios", reiterou.

Disputa

A pressão sobre o Google na França vinha crescendo nos últimos dois meses em duas frentes diferentes. A primeira era a da imprensa escrita, que exigia a remuneração pelo uso de seu conteúdo no Google News. Em dezembro, oito dos maiores jornais e revistas do país chegaram a anunciar uma parceria com a maior operadora de telecomunicações da França, a Orange, para criação de um site concorrente ao Google News.

A segunda frente ainda vem sendo travada e envolve os operadores de telefonia. Prejudicadas pelo tráfego de dados nas suas redes, gerado pelo uso intenso da internet nos smartphones, as empresas exigem que as gigantes da internet participem dos custos de construção de novas redes, como os serviços 4G e de fibra ótica. No início do mês, o Free, um dos maiores fornecedores de TV paga, telefonia e internet da França, instalou um filtro que suspendeu a exibição de publicidade no tráfego de dados que passa por suas redes. O filtro, que ameaçou os interesses do Google, foi retirado após pressão das editoras jornalísticos, que também seriam afetadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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