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Microsoft compra Activision Blizzard, desenvolvedora do 'Call of Duty'

Com a aquisição, a gigante se posiciona como a terceira maior empresa de videogames após superar os desafios regulatórios

Attendees walk past Activision Blizzard Inc. signage during the E3 Electronic Entertainment Expo in Los Angeles, California, U.S., on Wednesday, June 14, 2017. For three days, leading-edge companies, groundbreaking new technologies and never-before-seen products is showcased at E3. Photographer: Patrick T. Fallon/Bloomberg via Getty Images (Patrick T. Fallon/Bloomberg/Getty Images)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 13 de outubro de 2023 às 12h15.

A Microsoft, proprietária do Xbox, finalizou a compra da desenvolvedora de jogos de videogame Activision Blizzard, editora de "Call of Duty", "Diablo" e "Candy Crush", selando uma das maiores parcerias tecnológicas da história, após ter superado, nesta sexta-feira (13), os obstáculos finais para a aquisição.

Em um documento regulatório enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), a empresa disse que o acordo foi concluído, encerrando quase dois anos de rígidas burocracias por parte dos reguladores, sobretudo nos EUA.

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Após sua oferta ter sido rejeitada em abril, a Microsoft apresentou, no final de agosto, à Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA, na sigla em inglês) uma versão alterada de sua proposta de compra, e desta vez recebeu a "autorização", anunciou o órgão regulatório britânico em um comunicado.

Esta mega aquisição, anunciada em janeiro de 2022, era uma aposta incisiva da Microsoft para se fortalecer nos videogames e ajudar seu console Xbox na concorrência com o PlayStation, da Sony.

Esta compra coloca a gigante americana em terceiro lugar no ranking das maiores empresas de videogame. Em termos de volume de negócios, passa a ficar atrás da Tencent e da Sony, ultrapassando a Apple.

Diante desta nova versão da proposta, prevê-se transferências notáveis, como a dos direitos dos jogos online da Activision Blizzard – incluindo os bem-sucedidos "Call of Duty" e "Candy Crush" –, que serão vendidos para a empresa francesa Ubisoft.

A cessão também engloba jogos online (conhecidos como "cloud gaming") para PC e consoles da Activision produzidos ao longo dos próximos 15 anos (fora do mercado europeu) e "impedirá que a Microsoft bloqueie a concorrência neste setor (... ) quando esse mercado decolar", comemorou a CMA.

A agência reguladora britânica havia dado a autorização provisória no final de setembro, mas demonstrou "preocupações" ligadas aos receios de que a Microsoft pudesse evitar ou não aplicar certas disposições do acordo com a Ubisoft.

Nesta sexta-feira, a CMA garantiu que o compromisso assumido pela empresa americana é suficiente "para garantir que este acordo seja aplicado da forma correta".

"Estamos gratos pela profunda análise e decisão minuciosas de hoje da CMA", disse o presidente da Microsoft, Brad Smith, em um comunicado transmitido à AFP.

A aquisição "beneficiará os jogadores e a indústria neste campo em todo o mundo", acrescentou.

Decisão "muito esperada"

"Estamos ansiosos para levar alegria a mais jogadores ao redor do mundo", disse o CEO da Activision, Bobby Kotick, após o anúncio das aprovações regulatórias necessárias para finalizar a transação.

"A decisão de hoje foi muito esperada e põe fim ao que tem sido um processo tumultuoso para todas as partes envolvidas", segundo Alex Haffner, advogado especializado em questões de concorrência, associado ao escritório Fladgate.

A CMA temia que o formato inicial da operação reduzisse a concorrência no mercado de jogos digitais.

A Comissão Europeia havia aprovado a compra em maio. Já a Autoridade da Concorrência americana (FTC, na sigla em inglês) por sua vez, suspendeu em julho o procedimento administrativo que iniciou em dezembro contra esta aquisição, conforme estava previsto inicialmente.

A Microsoft contestou o bloqueio britânico em tribunal, mas concordou, no início de julho, em suspender o procedimento judicial para chegar a um acordo com a autoridade reguladora.

A CMA "está determinada a evitar fusões que prejudiquem a concorrência" e "tomamos nossas decisões sem influência política e não seremos influenciados pelo lobby empresarial", afirmou Sarah Cardell, diretora-geral do órgão, citada no comunicado de imprensa.

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