Negócios

Startup Payface compra a SmileGo para turbinar expansão em pagamentos com reconhecimento facial

Aquisição acontece após investimentos de BTG Pactual, HiPartners e Oasis, e mira chegar a 1,5 milhão de clientes ativos em 2024

Eládio Isoppo e Ricardo Fritsche, cofundadores da Payface: expansão internacional está nos planos para os próximos anos  (Divulgação/Divulgação)

Eládio Isoppo e Ricardo Fritsche, cofundadores da Payface: expansão internacional está nos planos para os próximos anos (Divulgação/Divulgação)

Lucas Amorim
Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 17 de outubro de 2023 às 16h41.

O pagamento por reconhecimento facial é sucesso em países como a China, onde até um terço das compras são feitas com a tecnologia. No Brasil, a biometria facial já está presente nos aeroportos e em alguns aplicativos, mas ainda tem muito a avançar no varejo físico.

De olho nesta oportunidade, a Payface, startup de Santa Catarina líder em pagamentos por biometria facial no Brasil, fechou a aquisição da concorrente SmileGo. A SmileGo é especializada em onboarding e em pagamentos biométricos com cartões private label, aqueles que recebem a marca das redes varejistas. Fazia parte da Vsoft e da RPE, que processam cartões de 60 varejistas com 7 milhões de clientes. Victor Braz, ex-CEO da SmileGo, assume a diretoria de Arranjos Fechados da Payface.

Quem são os clientes da Payface

A Payface vinha montando nos últimos três anos uma rede com 1.500 pontos de venda para fazer permitir pagamentos com biometria facial no varejo físico — atende, por exemplo, a rede paulista St. Marche, em parceria com a Mastercard. Já a SmileGo tem 40 varejistas clientes na originação de cadastros e estava se preparando para oferecer biometria facial também para pagamentos.

Com a união das duas empresas, a ambição é turbinar a oferta de pagamento com reconhecimento facial em lojas de grandes varejistas de todo o país. "Os dois negócios têm muita sinergia", diz Eládio Isoppo, CEO e cofundador da Payface ao lado de Ricardo Fritsche. "A meta é fechar 2024 com 1,5 milhão de clientes ativos por mês".

Segundo Isoppo, o pagamento com reconhecimento facial nos cartões dos varejistas é especialmente promissor porque eles nem sempre estão nas carteiras dos clientes. A biometria aumentará a segurança e tende a impulsionar as vendas.

A união também ajuda as startups a se proteger contra novos concorrentes num mercado que naturalmente crescerá nos próximos anos. Isoppo destaca a integração de ecossistemas como o maior diferencial competitivo.

Quais são os planos

A empresa, que recebeu investimento do banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME), da HiPartners e da Oasis Ventures, planeja oferecer soluções de biometria para parceiros de diferentes marcas e mercados, do varejo ao sistema financeiro. "Temos missão de ser agnósticos em meios de pagamento e conectar nossa infraestrutura nos principais emissores", diz.

Entre os novos serviços previstos estão soluções de biometria facial em aplicativos e também por maquininhas, para ampliar as possibilidades no varejo físico. Como competidores globais tendem a ganhar espaço no Brasil, a empresa está de olho também no crescimento internacional, a começar por países da América Latina.

Uma nova rodada de investimentos está no radar para 2024. Assim como novas aquisições.

Acompanhe tudo sobre:EmpreendedoresEmpreendedorismoFusões e AquisiçõesSanta Catarina

Mais de Negócios

Black Friday recorde no Mercado Livre, Shopee e mais; veja os produtos mais vendidos

A dor da coluna rendeu uma oportunidade de bilhões para esta empresa do CE

Com a Black Friday, empresa de Virginia Fonseca fatura R$ 114 milhões no mês

Como uma artesã paranaense foi da dívida de R$ 50 mil para um faturamento de R$ 120 mil