Exame Logo

Mark Zuckerberg completa 30 anos

O criador do Facebook completa 30 anos hoje, nos quais já ganhou uma fortuna que passa dos US$ 28,5 bilhões

Mark Zuckerberg: por ser daltônico, a cor azul, a que melhor distingue, domina o Facebook (Rick Wilking/Files/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2014 às 10h21.

Los Angeles - Mark Zuckerberg é um tipo peculiar, pelo menos é descrito assim pelos cronistas deste nova-iorquino que nesta quarta-feira completa 30 anos, nos quais já amealhou uma fortuna que passa dos US$ 28,5 bilhões.

Filho de um dentista e de uma psiquiatra, "Zuck", como é chamado na intimidade, é de ascendência judia, mas ateu declarado, tem três irmãs, usa camiseta cinza para não ter de pensar no que vestir e é daltônico, razão pela qual a cor azul, a que melhor distingue, domina o Facebook .

Está casado desde 2012 com uma colega da época de Harvard, Priscilla Chan, que conheceu na fila do banheiro em uma festa.

Eles ainda não têm filhos, mas um cachorro, "Beast", um puli húngaro que tem mais de 1,8 milhão de fãs no Facebook.

A Zuckerberg também não faltam seguidores, são mais de 27,8 milhões em sua própria rede, embora fazer amizades e socializar nunca tenha sido uma de suas virtudes.

Seus amigos de carne e osso o veem como "um robô" que foi "superprogramado", como publicou a revista "New Yorker" em 2010, e salta à vista que o jovem que há dez anos criou o Facebook fique desconfortável em atos públicos e entrevistas, algo que tem que fazer como CEO de sua companhia, ossos do ofício.

Zuckerberg é ambicioso, inconformista e um programador prodigioso, segundo seu professor particular de informática na infância, David Newman.

Aos 12 anos desenvolveu seu primeiro software, ZuckNet, um sistema de mensagem instantânea para a clínica dental de seu pai.

Fez o programa porque sabia, podia e se divertia com a possibilidade de criar algo útil, uma filosofia latente na carreira deste jovem discreto que não pensa primeiro no dinheiro, como sua trajetória prova.

Quando estudava bacharelado em Phillips Exeter Academy, em New Hampshire, rejeitou uma oferta de US$ 2 milhões pelo programa de elaboração personalizada de listas musicais Synapse Media Player, uma versão primitiva do que hoje é o Pandora, que despertou o interesse da Microsoft e da AOL .

Aos 28 anos, Zuckerberg está sentado à cabeceira de uma empresa poderosa, com abertura de capital prevista para amanhã – e uma expectativa de captar até 100 bilhões de dólares. Mas para chegar até ali já ficou claro que o jovem empresário desenvolveu uma habilidade ímpar de tirar quem quer que estivesse atrapalhando seu desejo de “conectar o mundo”. Business Insider publicou recentemente e-mails e conversas de mensagens instantâneas detalhando como Zuck acotovelou o co-fundador Eduardo Saverin para fora da empresa, em 2005. Elas mostram como Zuckerberg, aos 20 anos, planejava diluir a participação de Saverin na companhia sem modificar as parcelas detidas por outros acionistas. Saverin não foi o único a ser retirado do caminho. Desde os primórdios da rede social em um dormitório de Harvard, o CEO do Facebook tem enfrentado obstáculos, tropeços e decisões difíceis. Clique nas fotos para ler sobre seis pessoas que Zuck teve de enfrentar até o topo.
  • 2. Os gêmeos Winklevoss

    2 /6(Reprodução)

  • Veja também

    Os irmãos Tyler e Cameron Winklevoss parecem ser duas grandes pedras no sapato de Mark Zuckerberg, desde o lançamento do Facebook, em 2004. Meses após o surgimento do que se tornaria a maior rede social do planeta, os gêmeos passaram a acusar Zuckerberg, com quem estudaram na Universidade de Harvard de criar um site baseado na ideia e no código-fonte de uma rede social que eles tinham projetado (a Harvard Connection, mais tarde renomeada como ConnectU). Na versão dos irmãos, Zuckerberg havia sido contrato por eles para ajudar na programação do site, por isso tinha acesso a toda estrutura. Em 2008, a briga foi (em parte) encerrada por um acordo judicial: 65 milhões de dólares em dinheiro e ações foram pagos por Zuckerberg aos irmãos para que esses saíssem do seu caminho de vez. O que não aconteceu. O processo foi reaberto pelos gêmeos pela alegação deles terem sido enganados sobre o valor real das ações do Facebook na época do acordo. Os irmãos acreditam que deveriam ter recebido uma quantia maior ou mais ações da rede social. No documento enviado por eles a um tribunal federal de Massachusetts, os irmãos e seu amigo Divy Narendra (mais sobre ele a seguir) pediam à corte que determinasse se o Facebook "intencionalmente ou de maneira inadvertida suprimiu provas" durante as negociações – antes de jogar a toalha em junho e desistir de vez de travar outra disputa.
  • 3. Divya Narendra

    3 /6(Wikimedia Commons)

  • Divya Narendra tinha uma parceria com os gêmeos Winklevoss no projeto ConnectU durante seu tempo em Harvard. Narendra lutou contra Zuckerberg em tribunal ao lado dos gêmeos e fundou sua própria comunidade de investidores, chamada SumZero, antes de reivindicar a sua parte do acordo de 65 milhões de dólares com a rede social. A batalha virou livro e, mais tarde, foi levada para as telas de cinema com o filme "A Rede Social", que conta a história do fundador do Facebook e sua relação conturbada com os outros estudantes de Harvard desde o início do lançamento da rede social.
  • 4. Eduardo Saverin

    4 /6(Getty Images)

    A história de como Zuckerberg passou a perna no brasileiro cofundador da rede social, Eduardo Saverin, era pouco conhecida até chegar às telas de cinema. Colega de quarto de Zuck em Harvard, Saverin teria sido o primeiro a apostar no Facebook, investindo 15.000 dólares na companhia quando ela dava seus primeiros passos. Porém, viu minguar sua participação na empresa depois de uma jogada orquestrada por Zuckerberg para afastá-lo das decisões operacionais da rede social. Nas mensagens recentes divulgadas pela Business Insider , supostamente escritas por Zuckerberg, Saverin parece não ser apenas uma vítima. Elas mostram que Marck planejava cortar Saverin fora da empresa porque ele havia falhado em garantir o financiamento ou configurar um modelo de negócio e usou a rede social para veicular anúncios gratuitos para Joboozle, um de seus projetos paralelos. Zuckerberg chega a dizer ainda que não temeria mais ser espancado por “bandidos brasileiros”, ao acabar parceria com Saverin. Depois de troca de farpas e um acordo não revelado entre as partes, fechado em 2009, Saverin manteve uma participação de 5% na empresa – sua aposta inicial teria sido de mais de 30%.
  • 5. Sean Parker

    5 /6(Getty Images)

    Sean Parker, criador do Napster e também como primeiro presidente do Facebook, desempenhou um grande papel no desenvolvimento da rede social. Parker também foi a peça-chave para assegurar o controle de Zuck sobre o Facebook. Ainda assim, o nerd não hesitou em demitir Parker na primeira falha de comportamento do ex-amigo, um ano após sua chegada à companhia. O corte foi justificado pelas “atitudes imaturas” que Parker mantinha frente ao comando. A maneira como Zuckerberg age como gestor, e sua habilidade maior em demitir que contratar, fica clara quando um ex-funcionário do CEO é questionado sobre como a empresa lidava com as pessoas. “Fizemos algumas contratações que não eram as mais acertadas. Mas nós éramos muito bons em corrigir isso rapidamente”, respondeu ele.
  • 6. Owen Van Natta

    6 /6(Getty Images)

    A saída de Parker abriu espaço para Owen Van Natta, um ex-executivo da Amazon contratado como chefe de desenvolvimento de negócios da rede e, em seguida, promovido a diretor de operações. Ele cuidava também de toda a estratégia comercial e financeira da rede. Aos 36 anos, Van Natta era a pessoa mais velha entre a equipe do Facebook, além de supervisor de todos - quando entrou na empresa, em setembro de 2005, dos 26 funcionários contratados, apenas dois tinham mais de 30 anos. Durante seu mandato a equipe cresceu para centenas, boa parte contratada por ele. Owen era a mente por trás de grandes negócios. "Sua maior força era fazer negócios, não fazer gestão", descreve Henry Blodget, editor chefe do Business Insider. Foi ele, por exemplo, o mentor da negociação que resultaria na venda de 1,6% do Facebook para a Microsoft, em 2007, por 240 milhões de dólares. Porém, depois de um lançamento desastroso da plataforma Beacon, Zuckerberg achou por bem substituir o comando da empresa por alguém com um perfil mais arrojado, antenado, inovador. No caso, ele. “O que estamos tentando ser é uma utilidade social e acreditamos que podemos conectar o mundo”, disse ele na época, ao assumir a presidência da rede. Apesar de não ser mais presidente, Van Natta conseguiu fazer um bom pé-de-meia em sua passagem pelo Facebook. A estimativa é que ele tenha 15 bilhões de reais em ações da empresa – boa parte delas negociadas durante o investimento com a Microsoft.

  • Em 2006 respondeu da mesma forma quando o Yahoo! pôs na mesa um cheque de US$ 1 bilhão pelo Facebook.

    Zuckerberg não queria vender sua criatura, a mesma pela qual lutou nos tribunais contra quem o acusou de ter roubado a ideia que deu origem à rede social, e decidiu pagar US$ 65 milhões para enterrar o assunto.

    A quantidade é mínima comparada com sua riqueza atual.

    Segundo a Forbes ele é o 23º da lista de mais ricos do mundo, e todos os bilionários à sua frente tem mais de 40 anos.

    Seu início, suas extravagâncias e suas disputas foram refletidas em uma biografia não autorizada "O Bilionário Acidental", adaptado pelo roteirista Aaron Sorkin para o filme "A Rede Social" que "Zuck" se recusou a ver durante um tempo até que finalmente optou por alugar um cinema para uma projeção privada do filme, que não o deixou satisfeito.

    "Eu conheço a verdadeira história", comentou.

    Zuckerberg prefere outras obras de Sorkin, como a série sobre os segredos da Casa Branca "The West Wing", que viu toda quando ficou doente em uma viagem à Espanha que fez com Chan, que já era sua namorada, em 2003.

    O poder, o controle e a ideia de império são conceitos recorrentes na vida de Zuckerberg, um fã do jogo de estratégia "Colonizadores de Catan", que tem "Eneida", de Virgilio, como livro de referência e celebrou sua festa de iniciação à idade adulta, o Bar Mitzvah, com o tema de "Star Wars".

    "O Poderoso Chefão", a trilogia "Matrix", "Gladiador" e as séries "Roma" e "Game of Thrones" constam como preferidos em seu perfil no Facebook, que também indica que gosta de Shakira, e no qual se apresentou sorrindo em uma foto que tem como fundo um mapa mundi.

    Zuckerberg, ativista a favor da reforma migratória dos Estados Unidos, se propôs levar para a rede de redes até os lugares mais recônditos através de sua iniciativa internet.org, por satélite ou por drones.

    É um projeto que servirá também para que o Facebook, plataforma onde está metade da população mundial com acesso à internet, continue fazendo amigos e conquistando territórios.

    Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaFacebookInternetmark-zuckerbergPersonalidadesRedes sociais

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Tecnologia

    Mais na Exame