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Justiça britânica concede liberdade sob fiança a Julian Assange

Fundador do WIkiLeaks terá que pagar 200 mil libras e usará um bracelete eletrônico de controle para deixar a prisão

Julian Assange, criador do WikiLeaks, foi preso a pedido da justiça sueca (Dan Kitwood/Getty Images)

Julian Assange, criador do WikiLeaks, foi preso a pedido da justiça sueca (Dan Kitwood/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 13h53.

Londres - O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, foi libertado nesta terça-feira sob pagamento de fiança de 200 mil libras (235,6 mil euros), após a sentença da Justiça britânica sobre o pedido de extradição do Governo da Suécia, onde o ativista australiano é acusado de crimes sexuais.

O juiz Howard Liddle, da Corte de Magistrados de Westminster, em Londres, impôs várias condições à libertação de Assange, quem, além de pagar a fiança, deverá usar um bracelete eletrônico de controle e entregar seu passaporte à Polícia.

A Promotoria, representando as autoridades suecas, anunciou sua intenção de recorrer à decisão, o que deverá fazer nas próximas duas horas, tempo em que Assange permanecerá sob custódia.

Na semana passada, o mesmo juiz negou liberdade condicional ao fundador do WikiLeaks, ao aceitar os argumentos da acusação de que havia riscos de descumprimento.

Assange é requisitado pelas autoridades da Suécia, onde é acusado por estupro e agressão sexual contra duas mulheres, crimes que, segundo as acusações, teria cometido em agosto passado.

Após ter a liberdade negada na semana passada, os advogados de Assange, de 39 anos, voltaram a pedir nesta terça-feira a liberdade do ativista, sob pagamento de fiança, indicando que havia pelo menos dez personalidades do Reino Unido que haviam oferecido bancá-la.

O cineasta inglês Ken Loach, a milionária Jemima Khan e o jornalista investigativo australiano John Pilger - que nesta terça-feira também se apresentaram na corte de Westminster - tinham oferecido pagar a fiança de Assange.

Além de dezenas de jornalistas, uma multidão de simpatizantes do ativista australiano se concentrou em frente ao tribunal londrino para expressar apoio a ele, e receberam com júbilo a notícia de que o réu seria posto em liberdade.

Desde a primeira audiência de extradição, no último dia 7 - mesmo dia em que foi detido em Londres mediante uma ordem de prisão internacional -, Assange permaneceu em prisão preventiva.

Segundo Mark Stephens, da equipe de advogados de defesa, Assange ficou detido em uma cela de isolamento na prisão de segurança máxima de Wandsworth, onde teve a correspondência censurada.

A mãe do ativista, Christine Assange, falou por telefone durante dez minutos com seu filho e tomou nota por escrito de uma mensagem que depois transmitiu ao canal de televisão australiano "Seven Network".

"Faço um apelo a todo o mundo para que meu trabalho e meus seguidores sejam protegidos desses ataques ilegais e imorais", indicou Assange. "Tenho firmes convicções".

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