Johnson & Johnson se une à Alexa, da Amazon, para falar de saúde
A novidade, que foi antecipada com exclusividade à EXAME, afirma que "a Alexa vai levar informações que se encaixam na rotina dos consumidores, ajudando nos seus cuidados diários
Tamires Vitorio
Publicado em 3 de fevereiro de 2021 às 09h05.
A Alexa, assistente virtual da Amazon , tem diversas funções – entre elas, falar como está o tempo, contar piadas, latir e até mesmo explicar fatos que acontecem no dia-a-dia. Desde o começo da pandemia do novo coronavírus, no entanto, a tecnologia se tornou capaz de falar os sintomas da doença, baseando-se nas orientações do ministério da Saúde. Agora, em parceria com a farmacêutica americana Johnson & Johnson, a Alexa também conseguirá dar dicas sobre saúde mental e física para seus usuários.
A novidade, que foi antecipada com exclusividade à EXAME , afirma que "a Alexa vai levar informações que se encaixam na rotina dos consumidores, ajudando nos seus cuidados diários" e que "a utilização será simples e intuitiva". Segundo a empresa, basta falar o comando "Alexa, abrir Vamos cuidar", que a assistente virtual irá perguntar ao indivíduo se ele quer uma dica de saúde física, mental, ou simplesmente um conselho para o dia-a-dia.
Segundo a J&J, a integração com a tecnologia "nasce da missão de levar ciência e inovação às casas das famílias brasileiras". "A prioridade da saúde já era tendência antes da pandemia e se acelerou. Consideramos a saúde de maneira holística e, neste momento desafiador, estamos usando a tecnologia para encurtar distâncias e levar nosso conhecimento até as pessoas para que cuidem de si e de quem amam", disse Caê Sagula, diretor de Connected Commerce da Johnson & Johnson, em comunicado.
A empresa afirma que as dicas serão atualizadas e ampliadas ao longo do tempo e desenvolvidas por parceiros e colaboradores especializados em saúde. A funcionalidade será gratuita e, para começar a utilizá-la, o usuário deve dizer "Alexa, ativar a skill Vamos Cuidar".
Em um diálogo de teste enviado à EXAME, a Johnson & Johnson mostra que, quando o cliente pede uma dica de saúde do dia-a-dia, a Alexa responde: "no verão, as altas temperaturas exigem hidratação redobrada" e lembra da necessidade de as pessoas beberem bastante água e de usarem protetor solar.
A novidade faz parte de diversas outras skills da Alexa voltadas para a saúde.
No Reino Unido, por exemplo, o governo britânico fez um acordo com a Amazon no ano passado para que a assistente virtual fosse capaz de oferecer conselhos médicos para doenças mais comuns, como gripe e enxaquecas. Com isso, o governo pretende facilitar o acesso às orientações sobre saúde para cegos e idosos.
Aqui no Brasil, a Alexa será capaz de falar os resultados dos exames de pacientes feitos nos laboratórios do Grupo Hermes Pardini. Para ter acesso a novidade, é preciso baixar a skill do grupo na loja da Amazon. “Sem abrir aplicativo, site ou qualquer outra plataforma, o cliente utiliza a ferramenta de inteligência artificial, para acessar e receber seus resultados com rapidez, segurança e comodidade. Essa ferramenta também será direcionada aos médicos e está em fase de implantação”, disse o grupo em comunicado enviado à imprensa.
Além das skills voltadas para o SARS-CoV-2, por aqui a assistente virtual também consegue medir o índice de massa corporal (IMC) dos usuários e encontrar unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) próximas ao endereço cadastrado.
Nos Estados Unidos, está disponível também uma opção que lembra o usuário a hora de tomar os medicamentos e outra capaz de responder algumas perguntas, como interações medicamentosas.
A Amazon, no entanto, deixa claro em seu site oficial que as respostas médicas que a assistente virtual dá “não são conselhos médicos”.
Melhorias para a Alexa
No ano passado, um estudo conduzido pela empresa Loup Ventures apontou que a assistente virtual do Google foi capaz de responder 92,9% das perguntas sobre comércio, navegação e outros assuntos de forma correta. A Siri, da Apple, teve uma taxa de 83,1% de respostas corretas, enquanto a Alexa acertou 79,8% das questões (uma melhoria de 18,4% em relação a 2018).