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iPhone 6 dividirá fornecedores entre vencedores e perdedores

Novo smartphone da Apple deverá ajudar a determinar o destino de companhias da Califórnia até a China

iPhone 5c em exposição em uma loja da Apple em Madri: novos modelos devem ser apresentados amanhã (Angel Navarrete/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2014 às 16h29.

San Francisco - Amanhã, quando o CEO da Apple , Tim Cook, apresentar o novo smartphone da empresa, ele também coroará os mais novos vencedores na economia do iPhone.

Para fabricantes de telas e fornecedores de amplificadores de energia, o iPhone é um troféu para as empresas que fornecem os componentes para os dispositivos da Apple.

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Com US$ 171 bilhões em vendas no seu último ano fiscal – o equivalente ao PIB do Vietnã –, a Apple detém o controle nos bastidores ao escolher fornecedores de semicondutores, processadores gráficos e outras peças porque ajuda a determinar o destino de companhias da Califórnia até a China.

Entre as últimas adições está a Taiwan Semiconductor Manufacturing, a empresa de fundição de chips que a Apple está utilizando para fabricar processadores fornecidos há tempos pela Samsung Electronics e que registrou lucros trimestrais recordes em julho graças ao aumento da produção de iPhone.

As ações da GT Advanced Technologies mais do que dobraram desde que a empresa disse que está fornecendo à Apple um material de safira que torna o vidro mais resistente.

E as ações da NXP Semiconductor NV subiram 15 por cento no mês passado após a divulgação de que sua tecnologia possibilitará o uso do novo iPhone para realizar pagamentos em lojas.

Contudo, não há garantia de manter os negócios com a Apple.

Empresas que trabalharam em uma versão do iPhone ou do iPad podem enfrentar um momento de crise existencial se forem retiradas da próxima – lição aprendida por fornecedores como a Audience e a TPK Holding.

“Com a Apple, a conquista e a perda de um negócio é sempre em grande escala”, disse o CEO da Audience, Peter Santos, em entrevista neste ano.

A fabricante de peças de áudio sofreu uma queda na receita obtida com a Apple, de 82 por cento do total de vendas em 2010 para menos 1 por cento neste ano, depois de ter ficado de fora do iPhone 5. “Ou você está num modelo, ou não está”, disse ele.

Alcance da Apple

A Apple apresentará os últimos modelos de iPhone e um aparelho de vestir (wearable) amanhã em um evento perto da sua sede em Cupertino, Califórnia.

As novas versões do iPhone terão tela de 4,7 polegadas ou 5,5 polegadas e incluirão um software que lhes permitirá funcionar como uma carteira móvel.

Espera-se que o aparelho de vestir – que parece um relógio – inclua funções para monitorar a saúde e a atividade física, disseram fontes do setor.

A estreia dos produtos exibirá a influência conquistada por fechar negócios com a Apple.

Pelo menos nove empresas de capital aberto obtêm mais de 40 por cento da receita com a Apple, segundo uma análise da cadeia de abastecimento compilada pela Bloomberg.

Contudo, a Apple tem reputação de negociar duramente com os fornecedores e tem mostrado pouca fidelidade se puder conseguir um melhor preço ou uma tecnologia mais avançada em outro lugar, disse Francis Sideco, gerente sênior da IHS, que estuda componentes utilizados no iPhone.

A Dialog Semiconductor, que fabrica chips de gestão de energia para o iPhone, é a mais exposta, com 80 por cento de US$ 903 milhões da sua receita no ano passado ligados à Apple, segundo os dados.

Consequências

Empresas como a Audience e a designer de telas de toque TPK conhecem bem as consequências de depender demais da Apple e servem como advertência para outras que agora depositam sua confiança no iPhone.

A Apple reduziu os pedidos a ambas as empresas quando os novos modelos do iPhone foram apresentados, e, consequentemente, seus balanços e as cotações das suas ações foram prejudicados.

Algumas empresas estão tentando diminuir sua dependência da Apple. Recentemente, a Dialog tem redobrado seus esforços para passar a novos mercados.

A Cirrus Logic, fabricante de componentes de áudio que obtém 73 por cento da sua receita com a Apple, comprou a rival Wolfson Microelectronics, que vem conseguindo outros clientes além da Apple após ter sido excluída do iPhone.

Até mesmo a Foxconn Technology Group, a empresa que monta os produtos da Apple na China, vem fazendo um esforço para diversificar seu negócio.

“Num instante você está em um produto”, disse neste ano Derek Milne, porta-voz da Wolfson. “E no outro, você pode ficar fora”.

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