iPad nacional vai custar R$ 990, diz Abinee
A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) estima que o modelo mais simples do iPad fabricado no Brasil poderá custar R$ 990
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2011 às 15h19.
São Paulo — A associação que reúne as empresas de eletrônicos nacionais já sabe o preço do iPad made in Jundiaí. Nesta sexta, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) cravou que o modelo mais barato do tablet feito em São Paulo custará pouco menos de R$ 1 mil. O cálculo que permitiu chegar ao número mágico parece coerente, mas esse preço pode não acontecer na prática.
O raciocínio parte de fato de o iPad mais simples (sem conexão celular e com 16 gigabytes de capacidade) custar, hoje, no Brasil, com todos os tributos recolhidos, R$ 1,4 mil. Se o lobby da Foxconn tiver sucesso em convencer o governo a classificar tablets como computador pessoal, 9% desse preço derreterá. Afinal, nesse cenário o iPad deixaria de recolher PIS e Cofins, medida que já beneficia desktops e notebooks.
Na mesma toada, a Abinee cortou 30% do custo do equipamento levando em conta os benefícios fiscais de não trazer o produto pronto do exterior, mas montá-lo aqui. A redução vem do fato de que o imposto de importação de coponentes e menor que o de produtos prontos.
Na ponta do lápis, o cálculo faz sentido. Não há garantia, no entanto, que todos os ganhos fiscais sejam revertidos em favor do consumidor. A Apple pode decidir elevar sua margem de lucro, aproveitando para morder um naco da economia gerada pelo alívio tributário.
Há de se levar em conta que o preço-base do exercício matemático refere-se ao iPad 1, que está um pouco mais em conta agora simplesmente porque se tornou um produto ultrapassado. A Apple reduziu seu preço para desovar o estoque no Brasil. Se tivéssemos o iPad 2 à venda no país, ele certamente não custaria R$ 1,4 mil.
O fato é que a Abinee está preocupada com o bilionário investimento chinês no país. Seus associados temem a competição com o gigante asiático e já pediram até audiência com o ministro Mercadante para “expressar sua preocupação”.
Nesta semana, o presidente da associação desandou a criticar o acordo com os chineses. Ao prever um iPad a menos de R$ 1 mil, a Abinee coloca uma carta sob a manga. Afinal, tão logo se confirmem os iPad nacionais por um preço bastante maior que esse, a associação poderá dizer: “Poderiam custar só R$ 1 mil, mas veja como eles são gananciosos!”.
São Paulo — A associação que reúne as empresas de eletrônicos nacionais já sabe o preço do iPad made in Jundiaí. Nesta sexta, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) cravou que o modelo mais barato do tablet feito em São Paulo custará pouco menos de R$ 1 mil. O cálculo que permitiu chegar ao número mágico parece coerente, mas esse preço pode não acontecer na prática.
O raciocínio parte de fato de o iPad mais simples (sem conexão celular e com 16 gigabytes de capacidade) custar, hoje, no Brasil, com todos os tributos recolhidos, R$ 1,4 mil. Se o lobby da Foxconn tiver sucesso em convencer o governo a classificar tablets como computador pessoal, 9% desse preço derreterá. Afinal, nesse cenário o iPad deixaria de recolher PIS e Cofins, medida que já beneficia desktops e notebooks.
Na mesma toada, a Abinee cortou 30% do custo do equipamento levando em conta os benefícios fiscais de não trazer o produto pronto do exterior, mas montá-lo aqui. A redução vem do fato de que o imposto de importação de coponentes e menor que o de produtos prontos.
Na ponta do lápis, o cálculo faz sentido. Não há garantia, no entanto, que todos os ganhos fiscais sejam revertidos em favor do consumidor. A Apple pode decidir elevar sua margem de lucro, aproveitando para morder um naco da economia gerada pelo alívio tributário.
Há de se levar em conta que o preço-base do exercício matemático refere-se ao iPad 1, que está um pouco mais em conta agora simplesmente porque se tornou um produto ultrapassado. A Apple reduziu seu preço para desovar o estoque no Brasil. Se tivéssemos o iPad 2 à venda no país, ele certamente não custaria R$ 1,4 mil.
O fato é que a Abinee está preocupada com o bilionário investimento chinês no país. Seus associados temem a competição com o gigante asiático e já pediram até audiência com o ministro Mercadante para “expressar sua preocupação”.
Nesta semana, o presidente da associação desandou a criticar o acordo com os chineses. Ao prever um iPad a menos de R$ 1 mil, a Abinee coloca uma carta sob a manga. Afinal, tão logo se confirmem os iPad nacionais por um preço bastante maior que esse, a associação poderá dizer: “Poderiam custar só R$ 1 mil, mas veja como eles são gananciosos!”.