Inteligência Artificial detecta 17 doenças – usando só o seu bafo
Seu hálito pode revelar vários tipos de câncer, Parkinson e esclerose - e agora existe um superbafômetro capaz de ler esses sinais
Karin Salomão
Publicado em 24 de dezembro de 2016 às 14h40.
Última atualização em 24 de dezembro de 2016 às 14h40.
Desde a antiguidade, sabemos que o bafo e a saúde são conectados. Isso não tem necessariamente a ver com o cheiro – é que, quando expiramos, além de soltarmos gás carbônico, nitrogênio e uma dose de oxigênio não absorvido pelo corpo, nós ainda botamos para fora os chamados compostos orgânicos voláteis, que chegam até nós através da poluição, por exemplo.
O tipo de composto volátil que expelimos quando respiramos pode ser um grande indicativo de doenças, como diversos tipos de câncer – o problema era identificar cada um desses compostos através do ar que sai dos pulmões de alguém.
O Instituto Tecnológico de Israel conseguiu criar um novo exame que usa inteligência artificial para diagnosticar 17 doenças em uma baforada só: um bafômetro superpotente.
O equipamento contém vários sensores especializados, capazes de separar e analisar cada um deles. É como um bafômetro superpotente. A diferença é que ele contém um computador inteligente, que está sendo ensinado a identificar as “impressões digitais” que cada doença deixa na respiração humana.
Para dar essa aula ao computador, os cientistas utilizaram 2.808 amostras “sopradas” por voluntários. Cada um deles tinha pelo menos uma das 17 doenças que os pesquisadores querem diagnosticar: 8 tipos de câncer, inclusive no pulmão, nos ovários, na bexiga, na próstata e no rim, além de colite, problemas inflamatórios intestinais, Parkinson e até pré-eclâmpsia.
O computador, então, foi alimentado com amostras de pessoas saudáveis, para comparar e descobrir o que havia de único no hálito das pessoas que sofrem com cada doença.
Como resultado, o computador encontrou 13 compostos voláteis principais que, dependendo da quantidade, podem ser indicadores desses problemas. Ao fim dos testes iniciais, o aparelho já estava conseguindo identificar as doenças com 86% de acerto.
A ideia agora é seguir aprimorando a inteligência artificial do equipamento, para ter certeza que o exame possa ser realizado com segurança pela comunidade médica.