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Hackers invadem site do governo da Venezuela e convocam protestos

"A nossa luta é digital. Você fecha as ruas e nós, as redes. Hoje, mais que nunca, precisamos de você, soldado", dizia uma das mensagens

Venezuela: o país enfrenta uma crise política e econômica há meses (Marco Bello/Reuters)
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EFE

Publicado em 7 de agosto de 2017 às 13h16.

Última atualização em 7 de agosto de 2017 às 14h45.

Caracas -  As páginas da internet de vários órgãos públicos e instituições do Estado venezuelano foram hackeadas nesta segunda-feira pelo grupo "The Binary Guardians", que colocou nos sites convocações de protestos contra o governo de Nicolás Maduro.

"A nossa luta é digital. Você fecha as ruas e nós, as redes", diz a mensagem inicial nos sites do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), da Assembleia Nacional (AN, Parlamento), entre outros.

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"Hoje, mais do que nunca, precisamos de você, soldado. Estaremos lutando pelos direitos de TODOS os venezuelanos através das redes. Povo valente, VÁ ÀS RUAS E APOIE ESTES VALENTES SOLDADOS! Esta ditadura está com as horas contadas", acrescentam os hackers.

Em sua conta no Twitter, o grupo afirma que conseguiu invadir outras 20 páginas, entre elas a da Companhia Nacional de Telecomunicações (Cantv), o ente regulador delas (Conatel), a da Presidência da República, a do governo "online", a do Seguro Social (IVSS) e a do instituto de transporte (INTT).

A mesma ocorreu em vários sites dos corpos de segurança do Estado, entre eles os da polícia científica (Cicpc), Polícia Nacional (PNB), Exército, Marinha; e escritórios estratégicos, como o de Identificação e Estraneidade (Saime) e o do controle de moedas (Cencoex).

A presidente da CNE, Tibisay Lucena, disse na semana passada que esse organismo tinha sido alvo de vários ataques digitais que impediram a inclusão em seu site dos resultados da eleição da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), realizada em 30 de julho e rejeitada por boa parte da comunidade internacional.

O "The Binary Guardians", grupo que diz não temer "nada nem ninguém", repudia "a censura e os governos corruptos" e luta "pela liberdade e os direitos das pessoas", disse que o objetivo deste ataque é apoiar um assalto militar ocorrido no domingo no litoral venezuelano.

Maduro explicou que cerca de 20 pessoas disfarçadas de militares invadiram ontem o forte Paramacay, no estado de Carabobo, roubaram algumas armas, e a metade deles fugiu. Duas pessoas morreram, um está ferido e outros sete foram detidos.

O grupo armado que atuou no domingo convocou a população civil e militar à "rebeldia" contra a "tirania assassina de Nicolás Maduro", e a continuar protestando.

Desde o dia 1º de abril, a Venezuela registrou uma série de manifestações contra e a favor ao governo, que deixaram 121 mortos, situação que se agravou desde a instalação na última sexta-feira da Assembleia Constituinte, que não é reconhecida pela oposição e por vários governos e organismos internacionais.

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