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Hackers entram em guerra após ataque a redes Xbox Live e PSN

O ousado ataque natalino do grupo Lizard Squad às redes da Microsoft e da Sony acabou se transformando numa guerra de hackers

Hacker: os grupos Finest Squad e Anonymous voltaram-se contra o Lizard Squad, que atacou Sony e Microsoft (Jean-Philippe Ksiazek/AFP)

Maurício Grego

Publicado em 27 de dezembro de 2014 às 14h43.

São Paulo -- Muitas pessoas que ganharam um console de jogos Xbox ou PlayStation neste Natal tiveram problemas para conectá-lo à internet. As redes de jogos da Microsoft e da Sony estiveram sob ataque do misterioso grupo hacker Lizard Squad.

A história, que já era um tanto estranha (Por que atacar redes de jogos em pleno Natal?) foi ficando cada vez mais complicada. Outro grupo, o Finest Squad, entrou em guerra contra o Lizard. O polêmico hacker Kim Dotcom interveio e diz ter contribuído para o fim dos ataques.

O Lizard, então, dirigiu suas baterias à rede Tor, que permite navegar anonimamente no submundo da internet. O ataque, um tanto surpreendente (afinal, a Tor é um reduto de hackers), enfureceu outro grupo, o Anonymous. Veja alguns detalhes dessa guerra digital:

1. O ataque

O grupo Lizard Squad diz que resolveu atacar a Microsoft e a Sony " por diversão ". Foi uma ação do tipo conhecido como ataque distribuído de negação de serviço (DDoS na sigla em inglês). Nela, os hackers comandam uma grande rede de PCs infectados, a botnet.

Esses PCs são usados para inundar o servidor alvo com um volume gigantesco de requisições de dados. A sobrecarga tende a travar os servidores. No dia 25, Sony e Microsoft reconheceram que estavam com problemas e publicaram textos quase idênticos no Twitter. Mas não entraram em detalhes.

O texto da Microsoft diz: "Sabemos que usuários estão tendo problemas para acessar a XBL e estamos trabalhando para resolvê-los":

2. Os inimigos

Outro grupo hacker, o Finest Squad, afirma ter contra-atacado o Lizard Squad para que as redes de jogos pudessem voltar a funcionar. No dia 26, o Finest escreveu "Evitamos o ataque na noite de Natal. Se não tivéssemos derrubado a botnet principal deles, seriam dois dias de manutenção":

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3. Kim Dotcom

Também no dia 26, Kim Dotcom, o polêmico hacker que fundou o site Mega Upload, fechado pela justiça, ofereceu, ao Lizard Squad, 3 mil contas vitalícias em seu serviço de compartilhamento de arquivos Mega. Os hackers agradeceram e disseram que, por causa dele, haviam parado o ataque:

Dotcom, claro, saiu se vangloriando de que havia "salvado" as redes Xbox Live e PSN.

4. Novo alvo

Depois da Xbox Live e da PSN, o Lizard Squad passou a atacar a rede Tor, um enorme porão da internet onde os sites funcionam fora do alcance dos buscadores e browsers comuns. A Tor é reduto de hackers, criminosos e ativistas perseguidos por ditaduras.

No Twitter, o Lizard anunciou que não estava mais atacando a PSN ou a XBL, e que estava apontando suas armas contra a Tor:

A Tor é formada por cerca de 8 mil computadores principais, que funcionam como “nós” da rede. Se o grupo conseguir controlar a maioria dos nós, o anonimato na rede estará comprometido. Ontem, o programador Nadim Kebeissi disse que o Lizard havia conseguido dominar quase metade deles.

5. Anonymous

Neste sábado, o grupo hacker mais conhecido do planeta, o Anonymous, mandou um recado ao Lizard para que deixasse a rede Tor em paz. O texto no Twitter diz "Hey, @LizardMafia, não mexa com a rede Tor. As pessoas precisam desse serviço por causa dos governos corruptos. Pare com isso":

O Lizard Squad está se arriscando bastante. O grupo rival Finest Squad vem rastreando seus líderes e diz que está encaminhando as informações obtidas ao FBI.

Não sabemos em que país os integrantes do Lizard vivem. Se for num lugar como Estados Unidos ou Reino Unido, as chances de que alguns deles sejam presos são grandes.

Isso aconteceu, por exemplo, com vários dos integrantes do grupo LulzSec, que realizou uma série de ataques audaciosos em 2012.

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