Tecnologia

Governo é pressionado a regulamentar Redata, dois meses após edição da MP

Mercado de tecnologia aguarda a regulamentação do regime tributário especial para data centers com o objetivo de viabilizar isenções fiscais

Empresas consideram que a regulamentação seria um sinal positivo para as partes interessadas e, ainda, facilitaria a conversão da MP em lei (Yuichiro Chino/Getty Images)

Empresas consideram que a regulamentação seria um sinal positivo para as partes interessadas e, ainda, facilitaria a conversão da MP em lei (Yuichiro Chino/Getty Images)

Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 09h30.

Desde a edição da Medida Provisória 1.318/25, em setembro, que criou o regime tributário especial Redata para data centers, o mercado de tecnologia aguarda a regulamentação necessária para que os benefícios fiscais prometidos – como isenção de PIS, Cofins e IPI para equipamentos voltados a essas instalações – se tornem realidade.

No entanto, o cenário atual é de impasse: o Congresso nunca criou a comissão especial para avançar na discussão da MP, enquanto a tentativa do governo de incluir o Redata no PL 2.338/23, o marco legal para regulamentar a inteligência artificial, falhou logo no início. Isso porque as empresas de tecnologia não aceitaram a inclusão das regras para IA.

Diante disso, as empresas pressionam o governo para que regulamente o Redata, considerando que isso seria um sinal positivo para as partes interessadas e, ainda, facilitaria a conversão da MP em lei. O tempo é um fator crítico: o Congresso estará em recesso entre 23 de dezembro (terça-feira que vem) e 2 de fevereiro e a MP do Redata caduca em 26 de fevereiro, com o Carnaval no meio desse período.

Por isso, em carta enviada nesta quinta-feira, 18, ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, a Associação Brasileira das Empresas de TIC (Brasscom) destacou que a utilização imediata dos instrumentos do Redata permitiria a materialização dos efeitos positivos da política, o que ajudaria a avançar a aprovação da MP no Congresso.

O governo, por sua vez, já tem delineadas as diretrizes para o decreto, que incluirão os códigos alfandegários (NCMs) dos equipamentos que poderão se beneficiar do regime especial, além de condições para habilitação e algumas questões energéticas.

Redata preocupa indústria nacional

Ao mesmo tempo, outra associação, a das empresas brasileiras de tecnologia e eletrônicos (Abinee), teme que o Redata favoreça a compra de equipamentos importados, quando deveria, na visão da Abinee, estimular e priorizar a produção nacional.

Por isso, a associação pede mudanças na MP 1.318/25, de modo a beneficiar quem fabrica, monta ou desenvolve tecnologia aqui no Brasil. Uma sugestão é adotar uma regra semelhante à de outro programa já existente: o ex-tarifário. Desse modo, a importação de equipamentos com incentivos fiscais só seria possibilitada quando não houvesse um produto equivalente nacional.

Acompanhe tudo sobre:TecnologiaGoverno LulaData center

Mais de Tecnologia

Roblox fora do ar? Jogo passa por instabilidades nesta sexta-feira

TikTok diz ter assinado acordos para criar nova joint venture nos EUA

Meta testa limite de links no Facebook para usuários sem conta verificada

Dois anos depois, Apple Vision Pro começa a ganhar tração no mercado