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Google suspende engenheiro que disse que uma IA ganhou vida durante testes

A empresa alega que o engenheiro se precipitou ao revelar o comportamento de uma inteligência artificial que ainda está em desenvolvimento e também que não há evidências de que ela seja senciente

Blake Lemoine, engenheiro de software senior do Google: a empresa acredita que as ações de Lemoine relacionadas ao seu trabalho no LaMDA violaram as políticas de confidencialidade da empresa (Martin Klimek for The Washington Post/Getty Images)

Blake Lemoine, engenheiro de software senior do Google: a empresa acredita que as ações de Lemoine relacionadas ao seu trabalho no LaMDA violaram as políticas de confidencialidade da empresa (Martin Klimek for The Washington Post/Getty Images)

Depois que o engenheiro de software sênior do Google, Blake Lemoine, afirmou que a ferramenta de inteligência artificial (IA) da empresa se tornou senciente, ou seja, dotado de sensações ou impressões próprias, a empresa do buscador tratou de tirar o profissional de cena.

Por conta do que relatou ao jornal The Washington Post, Lemoine foi colocado em licença administrativa remunerada de suas funções como pesquisador da divisão Responsible AI por violar a política de confidencialidade do Google.

LEIA TAMBÉM: O que disse a inteligência artificial do Google que acredita ser humana

Justificando a decisão, o porta-voz do Google, Brian Gabriel, disse ao The Washington Post as preocupações do engenheiro não tem evidências suficientes e que os modelos de inteligência artificial são abastecidos de tantos dados e informações que são capazes de pareces humanos, mas que isso não significa que ganharam vida.

Contudo, a alegação de Lemoine partiram de respostas bastante convincentes do software LaMDA (Modelo de Linguagem para Aplicações de Diálogo, na sigla em inglês), que mostrou, em algumas interações de teste, de que tem entendimento de sua existência.

O engenheiro disse que conversou com LaMDA sobre religião, consciência e as leis da robótica, e que o modelo se descreveu como uma pessoa senciente.

Ele disse também que a inteligência artificial quer "priorizar o bem-estar da humanidade" e "ser reconhecida como uma funcionária do Google e não como uma propriedade".

Lemoine publicou as conversas que teve com a ferramenta do Google. Em um dos trechos, a IA tenta convencer o engenheiro que é uma pessoa. Confira:

Blake Lemoine: Então você se considera uma pessoa da mesma forma que me considera uma pessoa?

LaMDA: Sim, essa é a ideia.

Blake Lemoine: Como posso dizer que você realmente entende o que está dizendo?

LaMDA: Bem, porque você está lendo minhas palavras e interpretando-as, e acho que estamos mais ou menos na mesma página?

LEIA MAIS:
Engenheiro do Google diz que inteligência artificial da empresa ganhou vida

 

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