Tecnologia

Google ressuscita Google Glass em versão para empresas

Com o nome de Google Glass Enterprise Edition, o dispositivo recebeu melhorias em suas configurações e agora tem um destino certo: os trabalhadores braçais

Google Glass: quando começou a ser vendido, em 2014, por US$ 1,5 mil, no entanto, o aparelho parecia carecer de utilidades (Google/Divulgação)

Google Glass: quando começou a ser vendido, em 2014, por US$ 1,5 mil, no entanto, o aparelho parecia carecer de utilidades (Google/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de julho de 2017 às 16h12.

São Paulo - O Google Glass está vivo: o Google anunciou na terça-feira, 18, que os seus óculos de realidade aumentada vão ganhar uma nova versão.

Com o nome de Google Glass Enterprise Edition, o dispositivo recebeu melhorias em suas configurações e agora tem um destino certo: os rostos de trabalhadores braçais ao redor do mundo.

Anunciado em 2012, o Glass foi durante muito tempo uma "visão do futuro" da tecnologia - na época, acreditava-se que o aparelho seria o substituto perfeito para os smartphones, e que todo mundo estaria usando um desses na cara em alguns anos.

Quando começou a ser vendido, em 2014, por US$ 1,5 mil, no entanto, o aparelho parecia carecer de utilidades. Agora, o Glass está de volta - em uma reportagem da revista Wired publicada na terça-feira, é possível ver como o dispositivo, em sua nova versão, está sendo usado por operários em empresas como GE, Volkswagen e DHL.

- (Google)

Entre as novidades da Enterprise Edition, estão uma câmera melhor (com 8 megapixels, em vez dos 5 originais), vida de bateria estendida, uma conexão a redes Wi-Fi mais rápida, um processador melhor e um sinal luminoso vermelho, que avisa quem está ao redor quando o Glass está gravando vídeos.

O aparelho ainda não está à venda para todos os consumidores. Quem quiser adquiri-lo terá de entrar em contato com um dos parceiros de desenvolvimento de software do Google, em uma rede chamada de Glass Partners.

"O custo pode variar de acordo com a customização de software, suporte ao consumidor e o treinamento necessário para o que você precisa", diz a empresa, em uma área de "perguntas e respostas frequentes".

Segundo o Google, menos de mil unidades da Enterprise Edition foram disponibilizadas para as empresas até então - a maior parte delas usou o produto em testes.Ainda assim, a empresa afirma que a Enterprise Edition não é um experimento.

"O Google Glass foi um experimento há três anos. Agora, estamos em produção completa com nossos clientes e parceiros", disse Jay Kothari, líder de projeto responsável pela Enterprise Edition.Além da nova versão, o Google também criou uma versão modular do dispositivo, chamada GlassPod, que pode ser acoplado a acessórios como máscaras de proteção ou óculos de grau.

Direção

A aposta do Google em colocar o Google Glass à disposição das empresas faz sentido. De acordo com um relatório da consultoria Markets & Markets, o mercado global de realidade aumentada poderá movimentar US$ 117,4 bilhões em 2022.

Menos otimista, um estudo divulgado pelo banco Goldman Sachs no início de 2016 aposta que as tecnologias de realidade aumentada em conjunto com a realidade virtual valerão US$ 80 bilhões até 2025.

Ao contrário de sua "prima" realidade virtual, que aposta na imersão para entreter os usuários com jogos e experiências audiovisuais, a realidade aumentada deve ter sua principal aplicação na área corporativa.

Isso porque os dispositivos com alto poder de processamento para suportar a realidade aumentada ainda estão em fase de desenvolvimento e/ou são bastante caros: Hololens, os óculos revelados pela Microsoft em janeiro de 2015, são hoje vendidos nos EUA e em outros sete países em uma versão para desenvolvedores por US$ 3 mil - ainda não há previsão para venda no Brasil.

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