Coronavírus: empresas de tecnologia se unem ao governo brasileiro para rastrear anonimamente casos de covid-19 (Acácio Pinheiro/Agência Brasília/Agência Brasil)
Lucas Agrela
Publicado em 31 de julho de 2020 às 22h16.
Última atualização em 31 de julho de 2020 às 22h35.
Em uma aliança sem precedentes, Google e Apple uniram seus esforços para ajudar governos de todo o mundo a controlar a propagação de casos de covid-19. Presente em 15 países, a novidade acaba de chegar ao Brasil no aplicativo chamado Coronavírus SUS (Android, iPhone), que pertence ao Ministério da Saúde e já tem, hoje, mais de 10 milhões de downloads.
EXAME apurou que o app funciona assim: quando pessoas que têm o aplicativo Coronavírus SUS instalado no celular, seja ele com sistema operacional Android ou iOS, se cruzam em algum local, ocorre uma troca informações anônimas e criptografadas com outros celulares que tenham o mesmo aplicativo instalado. Se você teve contato com uma pessoa que teve diagnóstico positivo de covid-19, por meio do teste de anticorpos (e não do teste rápido), você recebe um alerta no app, assim como todas as pessoas que tiveram contato com a pessoa infectada.
A comunicação entre os diferentes smartphones é automática e só acontece se o usuário autorizá-la. Em vez de ser via internet, a troca de informações acontece por Bluetooh, que também precisa ser ligado pelo usuário para que o recurso do aplicativo funcione. A comunicação entre os smartphones acontece em nível de sistema operacional, por meio de uma tecnologia chamada API Exposure Notification.
Com o aplicativo, pequenas comunidades podem rastrear o contato com o vírus e, desse modo, minimizar novos contágios. Isso pode ser feito em condomínios, instituições religiosas ou mesmo em empresas. Países como Canadá, Irlanda, Itália e Uruguai já utilizam o rastreamento do coronavírus para conter o número de novos casos. As empresas de tecnologia garantem o anonimato das informações pessoais dos usuários de aplicativos com tal finalidade.
De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Saúde, o sistema não identifica o doente. Em vez disso, alerta sobre a proximidade com uma pessoa que informou estar infectada pelo novo coronavírus nos últimos 14 dias. Com o novo recurso no aplicativo, o ministério espera um aumento de 30% no número de usuários.
A união entre Google e Apple em um projeto em prol da saúde pública é inédita no mundo. As duas rivais disputam o topo de empresa mais valiosa do mundo, junto à Amazon, mas trocaram a competição pela colaboração para restabelecer a normalidade o mais rápido possível e, quem sabe, salvar vidas.
Veja, no vídeo de divulgação abaixo, o que é e como funciona o aplicativo Coronavírus SUS.
https://www.youtube.com/watch?v=PjG_imUHTSI&feature=emb_logo