Repórter
Publicado em 26 de agosto de 2024 às 14h52.
Última atualização em 27 de agosto de 2024 às 10h24.
O Google Brasil anunciou nesta segunda-feira, 26, o início das obras de seu novo centro de engenharia, que será focado em atividades de segurança e privacidade. A construção, localizada na região da Universidade de São Paulo próximo ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), começará na segunda-feira, 2, e faz parte de uma estratégia da empresa para expandir sua atuação no país.
O diretor de engenharia, Alex Freire, destacou a importância pessoal e profissional desse novo projeto: "A USP é casa para mim. Minha mãe foi professora no Instituto de Física, e eu tive meu primeiro contato com computadores aqui. Poder voltar e continuar esse crescimento é uma felicidade enorme”.
Com previsão de inauguração para janeiro de 2026, o centro já começou a operar, contratando engenheiros para compor suas equipes. Segundo Freire, o Google não esperou o prédio ficar pronto para iniciar as contratações. "Já temos uma centena de engenheiros em São Paulo e continuaremos a contratar centenas de pessoas ao longo dos próximos anos", afirmou. O novo centro terá um papel essencial no desenvolvimento de soluções que poderão ser exportadas globalmente, aproveitando o talento brasileiro para inovar em áreas críticas para a empresa.
Todos eles trabalharão em um prédio do IPT Open, espaço de inovação no campus da USP, atrás da Escola Politécnica. Embora localizado na universidade, o Instituto é independente e vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado. A big tech participou do edital de 2021 para ocupar o prédio 1 e teve que cumprir contrapartidas, como a reforma da biblioteca, acervo e áreas de convivência, sem que os valores investidos tenham sido revelados.
O Google deverá remunerar o IPT, por meio da FIPT, pelo uso das instalações compartilhadas, conforme exigido pelo edital.
Freire ressaltou que o Brasil se destaca como um centro de talento essencial para a inovação global do Google, especialmente em questões de segurança digital que afetam diretamente a região. Um exemplo disso é o desenvolvimento de soluções para combater o roubo de celulares Android, problema comum no Brasil e em outros países da América Latina. O novo centro será responsável por aprimorar essas tecnologias e torná-las aplicáveis em outras partes do mundo.
Além de focar em segurança e privacidade, o Google está investindo em diversidade. Freire mencionou a abertura de vagas exclusivas para mulheres, pessoas pretas e pardas, e pessoas com deficiência, como parte de um esforço para aumentar a inclusão e a equidade dentro da empresa. "Acreditamos que para construir para todo mundo, precisamos que todo mundo construa," afirmou Freire, destacando a importância de uma equipe diversa para o sucesso do Google.
Outro destaque do novo centro é o programa PrepTech, uma iniciativa que oferece treinamento para pessoas de populações sub-representadas, preparando-as para carreiras em engenharia de software e gerência de produto. O programa, que conta com parcerias com instituições educacionais, é uma parte fundamental da estratégia do Google para aumentar a diversidade no setor de tecnologia.
O centro de São Paulo também trabalhará em estreita colaboração com o Centro de Engenharia de Belo Horizonte, que já é um polo importante para o desenvolvimento de tecnologias de busca e conhecimento. "Estamos criando um centro de inovação no Brasil para desenvolver tecnologias que serão usadas em todo o mundo," disse Freire, ressaltando que o país tem um papel crucial na estratégia global da empresa.
Ao lado de áreas como sistemas centrais e novas funcionalidades de busca, a equipe de São Paulo também será responsável pelo desenvolvimento e proteção das contas dos usuários e dos conteúdos nos produtos do Google. Freire explicou que todas essas áreas são essenciais para garantir que os produtos e serviços do Google sejam seguros e privados por padrão, desde o momento em que são lançados.
O Google anunciou também a criação do GSec Brasil, o primeiro centro de excelência em segurança e privacidade da América Latina, que será parte de uma rede global com unidades em Munique, Málaga e Dublin.
O GSec Brasil terá como missão desenvolver tecnologias avançadas, engajar legisladores, pesquisadores acadêmicos e startups, além de empoderar usuários na proteção de seus dados. "Estamos adicionando o primeiro da América Latina a essa rede para avançar o estudo de tecnologias e engajar mais com legisladores, pesquisadores acadêmicos, startups, e a comunidade em geral", destacou Alex Freire, diretor de engenharia do Google Brasil.
O centro atuará em quatro pilares estratégicos: aprendizado, desenvolvimento, empoderamento e parcerias. "Acreditamos que é fundamental educar os usuários sobre privacidade e ajudá-los a se protegerem online", afirmou Freire.
Entre os projetos já em andamento, o GSec Brasil trabalha na análise da cadeia de abastecimento de código open source, desenvolvendo soluções para vulnerabilidades de segurança e utilizando inteligência artificial para aprimorar as proteções contra ataques de phishing e malware.