Fundador do WikiLeaks arrecadou metade da fiança, diz advogado
Advogado de Julian Assange afirmou que seus apoiadores já arrecadaram cerca de metade da fiança de 200 mil libras estipulada por juiz britânico
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2010 às 09h39.
Londres - Um advogado de Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, disse nesta quarta-feira que seus apoiadores já arrecadaram cerca de metade da fiança de 200 mil libras estipulada por um juiz britânico para que ele aguarde em liberdade o processo que pode levar à sua extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.
Um tribunal decidirá na quinta-feira sobre um recurso da promotoria sobre a concessão de liberdade a Assange sob fiança.
O advogado Mark Stephens disse que pessoas comuns pediram para contribuir com o pagamento da fiança - equivalente a 317,4 mil dólares.
Assange, que tem irritado os EUA por causa da divulgação de milhares de comunicações diplomáticas secretas, poderá ser libertado na audiência na quinta-feira à noite. Ele nega as acusações de crimes sexuais, que diz serem politicamente motivadas.
"Temos de aparecer (na audiência judicial) com 200 mil libras, em notas de libras, e isso é difícil de conseguir", disse Stephens à BBC News. "Já temos cerca de metade disso, mas é claro que as pessoas vão entender que mesmo pessoas ricas não mantêm uma quantia dessas solta por aí."
Personalidades como o cineasta norte-americano Michael Moore, o jornalista australiano John Pilger e o escritor britânico Hanif Kureishi já manifestaram apoio a Assange.
O advogado criticou as autoridades suecas por não especificarem se a audiência do recurso seria na quarta ou quinta-feira, o que aumenta os gastos jurídicos de Assange.
"Por que as autoridades suecas estão tão determinadas em fazer com que Julian Assange passe o Natal na cadeia? Será que elas têm os genes de Scrooge?", disse ele, referindo-se ao abjeto personagem criado por Charles Dickens em "Um Conto de Natal".
A condição da Justiça para soltar Assange é que ele se instale na mansão rural de um simpatizante na Inglaterra, se apresente diariamente à polícia e use um localizador eletrônico.
Além da fiança de 200 mil libras, a corte exigiu também 40 mil dólares em garantias, a serem pagos por fiadores para o caso de ele desaparecer.
Gemma Lindfield, que representa o governo sueco no caso, disse em audiência na terça-feira que Assange não deveria ser solto, porque "nenhuma condição que a corte impuser poderia impedir sua fuga".