Funcionários do Facebook perguntam se deveriam barrar Trump
Entre as 5 mais votadas, aparecia a questão: "Que responsabilidade tem o Facebook de ajudar a prevenir Donald Trump presidente em 2017?"
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2016 às 14h55.
Toda sexta-feira, Mark Zuckerberg , CEO do Facebook, faz uma sessão de perguntas e respostas com seus funcionários.
Recentemente, eles sugeriram perguntar ao chefe se o Facebook deveria tentar manipular a rede para evitar que o candidato republicano Donald Trump seja eleito em 2017.
O site Gizmodo conseguiu imagens de uma enquete interna dos funcionários onde eles decidem as perguntas do bate papo com Zuckerberg.
Entre as 5 mais votadas, aparecia a questão: "Que responsabilidade tem o Facebook de ajudar a prevenir Donald Trump presidente em 2017?"
Já dizia o tio do Homem Aranha, com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. E poder para o Facebook não falta. No final de 2015, o site tinha 1,6 bilhão de usuários.
E todas essas pessoas se informam, em grande parte, pelo que aparece em suas linhas do tempo: 40% dos acessos a notícias vêm da rede social.
O algoritmo do Facebook é quem decide que posts chegam aos usuários e, por lei, o Facebook não é obrigado a manter um "conteúdo neutro".
Assim como um jornal poderia decidir não publicar mais nada sobre Donald Trump ou apenas publicar matérias críticas, o Facebook se dá o direito de bloquear ou disseminar o conteúdo que quiser, de acordo com a garantia constitucional americana à liberdade de expressão.
Mesmo sem manipular o conteúdo intencionalmente, a rede social provavelmente já influencia seu voto. Isso porque o algoritmo oferece o conteúdo de acordo com os amigos e as páginas com que você interage mais.
O Google também tem algoritmos que determinam os resultados das suas buscas - e só a ordem de aparecimento dos links já pode influenciar em 25% o seu voto, segundo um estudo americano.
E o pior: quase 100% dos participantes do experimento não perceberam que estavam sendo influenciados.
Mark Zuckerberg chegou a criticar Trump em público, sem mencioná-lo por nome, e também atacou a ideia de construir um muro entre os Estados Unidos e o México.
Mas o Facebook não respondeu à imprensa se a pergunta dos funcionários chegou a ser respondida ou qual teria sido a resposta.
A rede social disse apenas que não tem a menor intenção de controlar eleições com o poder que têm.
The Brazil Fiasco
Outra pergunta que aparece na enquete, em terceiro lugar, fala do nosso país: "O 'fiasco Brasil' faz parte de um padrão crescente de desafios legais para o Facebook globalmente?".
Muito provavelmente, os funcionários se referem à prisão do vice-presidente do Facebook na América Latina, Diego Dzodan.
Ele foi detido em São Paulo em março, depois que o Facebook, que é dono do Whatsapp, se negou a enviar dados do aplicativo à Justiça.
O pedido era de um juíz de Sergipe, que requisitou informações do app para uma investigação de crime organizado e tráfico de drogas, na qual os suspeitos usavam o Whatsapp para se comunicar.
A prisão só durou um dia, já que outro juíz considerou que deter o executivo era "coerção ilegal".
Um mês depois, o Whatsapp anunciou aos usuários que a partir dali as mensagens seriam encriptadas para aumentar sua privacidade - mais uma barreira para as tentativas de usar as mídias sociais em investigações e, talvez, uma pequena alfinetada na Justiça brasileira.
Toda sexta-feira, Mark Zuckerberg , CEO do Facebook, faz uma sessão de perguntas e respostas com seus funcionários.
Recentemente, eles sugeriram perguntar ao chefe se o Facebook deveria tentar manipular a rede para evitar que o candidato republicano Donald Trump seja eleito em 2017.
O site Gizmodo conseguiu imagens de uma enquete interna dos funcionários onde eles decidem as perguntas do bate papo com Zuckerberg.
Entre as 5 mais votadas, aparecia a questão: "Que responsabilidade tem o Facebook de ajudar a prevenir Donald Trump presidente em 2017?"
Já dizia o tio do Homem Aranha, com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. E poder para o Facebook não falta. No final de 2015, o site tinha 1,6 bilhão de usuários.
E todas essas pessoas se informam, em grande parte, pelo que aparece em suas linhas do tempo: 40% dos acessos a notícias vêm da rede social.
O algoritmo do Facebook é quem decide que posts chegam aos usuários e, por lei, o Facebook não é obrigado a manter um "conteúdo neutro".
Assim como um jornal poderia decidir não publicar mais nada sobre Donald Trump ou apenas publicar matérias críticas, o Facebook se dá o direito de bloquear ou disseminar o conteúdo que quiser, de acordo com a garantia constitucional americana à liberdade de expressão.
Mesmo sem manipular o conteúdo intencionalmente, a rede social provavelmente já influencia seu voto. Isso porque o algoritmo oferece o conteúdo de acordo com os amigos e as páginas com que você interage mais.
O Google também tem algoritmos que determinam os resultados das suas buscas - e só a ordem de aparecimento dos links já pode influenciar em 25% o seu voto, segundo um estudo americano.
E o pior: quase 100% dos participantes do experimento não perceberam que estavam sendo influenciados.
Mark Zuckerberg chegou a criticar Trump em público, sem mencioná-lo por nome, e também atacou a ideia de construir um muro entre os Estados Unidos e o México.
Mas o Facebook não respondeu à imprensa se a pergunta dos funcionários chegou a ser respondida ou qual teria sido a resposta.
A rede social disse apenas que não tem a menor intenção de controlar eleições com o poder que têm.
The Brazil Fiasco
Outra pergunta que aparece na enquete, em terceiro lugar, fala do nosso país: "O 'fiasco Brasil' faz parte de um padrão crescente de desafios legais para o Facebook globalmente?".
Muito provavelmente, os funcionários se referem à prisão do vice-presidente do Facebook na América Latina, Diego Dzodan.
Ele foi detido em São Paulo em março, depois que o Facebook, que é dono do Whatsapp, se negou a enviar dados do aplicativo à Justiça.
O pedido era de um juíz de Sergipe, que requisitou informações do app para uma investigação de crime organizado e tráfico de drogas, na qual os suspeitos usavam o Whatsapp para se comunicar.
A prisão só durou um dia, já que outro juíz considerou que deter o executivo era "coerção ilegal".
Um mês depois, o Whatsapp anunciou aos usuários que a partir dali as mensagens seriam encriptadas para aumentar sua privacidade - mais uma barreira para as tentativas de usar as mídias sociais em investigações e, talvez, uma pequena alfinetada na Justiça brasileira.