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Fone de ouvido promete tratar Alzheimer com luz e som

Quem usou o fone nos testes teve uma redução de 77% no declínio cognitivo

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 8 de março de 2024 às 06h20.

A startup Cognito Therapeutics, sediada em Cambridge, está desenvolvendo um fone de ouvido pode revolucionar o tratamento das pessoas que sofrem com Alzheimer.

De acordo com a revista Wired, a empresa mostrou nos resultados do estudo da Fase II que o fone é seguro e que pode trazer benefícios para os pacientes que sofrem com a doença.

O fone de ouvido Spectris emite luzes e sons intermitentes por meio de um par de óculos e fones de ouvido conectados para estimular as ondas gama no cérebro. As ondas desse tipo, de frequência rápida, são associadas às habilidades de raciocínio e à memória. As pessoas com Alzheimer têm menos dessas ondas cerebrais rápidas.

O dispositivo produz luz e som para ativar as vias visuais e auditivas do cérebro, que acaba gerando as ondas gama. Na doença de Alzheimer, as conexões entre essas redes se rompem. A Cognito acredita que seu dispositivo poderia retardar o declínio cognitivo que ocorre com a doença, fortalecendo e essas conexões.

A experiência

O estudo da empresa incluiu 74 participantes com Alzheimer leve a moderado que receberam a estimulação do Cognito ou um dispositivo que funcionou como placebo. Os participantes foram solicitados a usar o fone de ouvido por uma hora todos os dias durante seis meses.

Em comparação com o grupo placebo, aqueles que receberam a estimulação do Cognito apresentaram uma redução de 77% no declínio cognitivo, conforme medido por uma escala que avalia a capacidade dos pacientes com Alzheimer de realizar atividades como comer e vestir-se. O grupo de tratamento também apresentou uma redução de 76% nas dificuldades cognitivas em comparação com o placebo, medido por um teste que avalia a orientação, a memória e a atenção, bem como a capacidade verbal e escrita.

Houve também uma redução de 69% na atrofia cerebral, conforme medido por ressonância magnética, em comparação com o grupo placebo. Na doença de Alzheimer, à medida que as conexões entre as redes de neurônios se rompem, partes do cérebro podem começar a encolher.

A Cognito agora quer iniciar um estudo de Fase III com mais de 500 participantes que usarão o dispositivo por um ano.

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