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Fim das curtidas pode reduzir vício e aumentar lucro de redes sociais

Facebook quer remover pressão do número de curtidas, mas estudos mostram redução de engajamento

 (Bloomberg/Reprodução)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 18 de setembro de 2019 às 05h55.

Última atualização em 18 de setembro de 2019 às 05h55.

São Paulo – O fim das curtidas pode reduzir o vício de acessar redes sociais e também aumentar os lucros das empresas por trás delas. O Facebook já testa o fim das curtidas em publicações no Instagram e, agora, novos indícios na imprensa internacional indicam que o mesmo pode acontecer com a rede social do Facebook.

Desde o começo deste ano, o Instagram começou a diminuir o alcance das publicações de usuários e marcas.

Um estudo feito pela consultoria de marketing Trust Insights analisou 1,4 milhão de publicações de mais de 3.600 marcas no primeiro semestre de 2019. A descoberta foi que houve queda de 18% no número de interações em publicações e que a taxa de engajamento caiu de 1,54% em abril para 0,9% em junho.

A consultoria InfuencerDB, que estuda o mercado de influenciadores, também constatou resultados semelhantes em um levantamento feito neste ano. A empresa analisou os conteúdos publicados com a hashtag #sponcon, relacionada com a publicação de conteúdos patrocinados. A descoberta foi de que o nível de engajamento caiu de 4% em 2016 para 2,4% em 2019, uma redução de 40%.

Yuval Ben-Itzhak, presidente da consultoria especializada em mídias sociais SocialBakers, diz a EXAME que tanto o Facebook quanto as empresas que anunciam nas suas redes sociais podem sair ganhando com o fim das curtidas.

"O Facebook testa a ocultação de curtidas com o objetivo de gerar engajamento mais autêntico com conteúdos, e não com o número de curtidas. Sobretudo, isso irá resultar em métricas de maior nível de confiança, tanto no caso de publicações orgânicas, quanto no caso daquelas que são pagas. Esse aumento pode fazer marcas gastarem mais em publicações na rede social. É um cenário em que todos ganham", afirmou Ben-Itzhak.

"Esperamos que o teste remova a pressão do número de curtidas que cada publicação irá receber, de modo que seja possível dar atenção apenas às coisas que você ama", afirmou Mia Garlick, diretora de política para o Facebook na Austrália e na Nova Zelândia, sobre o teste do fim das curtidas no Instagram, que acontecem em diversos país, inclusive no Brasil.

Fora isso, outros analistas veem na mudança uma iniciativa de combate ao vício. Robson Del Fiol, sócio da consultoria KPMG, afirma que a medida é parte de um freio que as plataformas digitais tentam impor ao uso compulsivo de redes sociais.

"Com as notificações, os aplicativos nos tornaram dependentes químicos da dopamina que é liberada no nosso corpo quando alguma novidade chega ao nosso celular. É por isso que os celulares ganharam até mesmo recursos podem limitar o tempo que passamos usando aplicativos", disse Del Fiol a EXAME.

Vale notar que as curtidas não acabaram de vez. Ainda trata-se de um teste no Instagram e de reportagens não confirmadas oficialmente sobre testes semelhantes no Facebook. Por isso, quem ainda desejar ver os números de curtidas em publicações no Instagram pode visualizá-los na versão web do aplicativo.

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