Meta (M1TA34) (AFP/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 28 de fevereiro de 2022 às 13h33.
Última atualização em 28 de fevereiro de 2022 às 15h45.
Vice-presidente de assuntos internacionais da Meta, empresa controladora do Facebook e do Instagram, Nick Clegg anunciou no último domingo que a empresa mantém conversas com o governo ucraniano e, atendendo a pedidos, restringiu acesso de mídias controladas pelo governo russo às suas plataformas. Nesta segunda-feira, 28, a empresa também anunciou ações contra um grupo de hackers que age para atingir figuras públicas da Ucrânia.
"Estamos em contato com o governo da Ucrânia, e atendemos ao pedido para restringir acesso à diversas contas na Ucrânia, incluindo aquelas que pertencem a organizações de mídias estatais russas", publicou Clegg. "Também estamos analisando outras solicitações do governo para restringir mídias controladas pelo Estado russo. Nesse meio tempo, continuaremos marcando e checando esses veículos de comunicação, ao mesmo tempo que proibimos anúncios e desmonetizamos suas contas globalmente".
Nick Clegg também afirmou que a empresa não pretende proibir o acesso ao Facebook e ao Instagram na Rússia, que foi sugerido por ativistas e até por um ministro ucraniano. Segundo ele, muitos cidadãos russos tem utilizado as plataformas para condenar o conflito na Ucrânia.
"Pessoas na Rússia estão usando o Facebook e o Instagram para protestar e se orgnizar contra a guerra e também como uma fonte independente de notícias. O governo russo já está agindo para prevenir esse tipo de atividade. Desligar nossos serviços apenas silenciariam uma importante expressão em um momento crucial".
A Meta anunciou, nesta segunda-feira, que um grupo de hackers utilizou o Fabebook para atacar figuras públicas na Ucrânia, incluindo autoridades militares, políticos e um jornalista. A informação foi divulgada pela Reuters.
Segundo a agência de notícias, a Meta removeu uma rede de cerca de 40 contas falsas, grupos e páginas no Facebook e Instagram que operavam na Rússia e na Ucrânia visando alvos ucranianos, por terem violado suas regras e praticado "comportamento inautêntico coordenado".
A Meta atribuiu os ataques de hackers a um grupo conhecido como Ghostwriter, que, segundo a empresa, conseguiu acesso às contas dos alvos nas redes sociais. A empresa disse ainda que os hackers tentaram postar vídeos nas contas do YouTube sequestradas a fim de retratar as tropas ucranianas como enfraquecidas, divulgando inclusive um vídeo que supostamente mostrava soldados ucranianos saindo de uma floresta e hasteando uma bandeira branca de rendição.
Ainda segundo a Reuters, um porta-voz do Twitter disse que também suspendeu mais de uma dúzia de contas e bloqueou o compartilhamento de vários links por violar suas regras contra manipulação de plataforma e spam. Afirmou ainda que sua investigação em andamento indicou que as contas se originaram na Rússia e estavam tentando interromper a conversa pública sobre o conflito na Ucrânia.