Fabricante de drones DJI entra para lista de proibição comercial dos EUA
Com inclusão, DJI pode ficar incapacitada de fazer negócios e parcerias com empresas americanas, como a também chinesa Huawei.
Thiago Lavado
Publicado em 18 de dezembro de 2020 às 15h38.
Última atualização em 18 de dezembro de 2020 às 15h44.
Uma das maiores fabricantes de drones comerciais do mundo, a chinesa DJI entrou para a lista de proibições comerciais do Departamento de Comércio americano, que contém empresas impedidas de fazer negócios e trocar tecnologias com companhias norte-americanas.
A notícia foi primeiro reportada pelo site DroneDJ e depois confirmada pela agência Reuters. Segundo o documento do departamento de comércio, a empresa foi incluída na lista por "permitir abusos de direitos humanos na China em grande escala, através de coleta e análise genética ou vigilância de alta tecnologia".
Recentemente, uma reportagem da revistaBloomberg Businessweekrevelou que a empresa teria fornecido drones ao governo da China para vigilância de campos de detenção na província deXinjiang.
Com a inclusão, a DJI deve ficar incapacitada de realizar negócios com fornecedoras de tecnologia, incluindo software e hardware, dos EUA. Isso deve prejudicar a cadeia de suprimentos da empresa e até mesmo a rede de vendas dos produtos no país — a empresa tem 77% do mercado de drones comerciais nos Estados Unidos. A China ainda pode retaliar a decisão, impondo também restrições comerciais.
A DJI ganha o mesmo status da Huawei , maior empresa de infraestruturas de telecomunicações do mundo, incluída na lista de proibições de Washington em 2019. De lá para cá, a proibição comercial imposta à Huawei levou a empresa a cortar relações com parceiros como Google, o que impediu, por exemplo a prevalência do sistema operacional Android nos aparelhos da companhia.
Em novembro deste ano, diante da pressão que recebeu, a Huawei vendeu sua marca de celulares populares, chamada Honor, para um consórcio de empresas e estatais da China.