Europa sai em busca de indícios de vida em Marte
O centro de controle instruirá uma sonda espacial a 175 milhões de quilômetros da Terra para que pouse em um módulo explorador
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2016 às 10h56.
Treze anos depois da tentativa fracassada de enviar um robô de exploração a Marte , a Europa vai se dispor, no próximo domingo, a dar um passo importante neste sentido, desta vez junto à Rússia, para buscar indícios de vida no Planeta Vermelho.
O centro de controle instruirá uma sonda espacial a 175 milhões de quilômetros da Terra para que pouse em um módulo explorador, do tamanho de uma piscina de plástico, sobre a árida e fria superfície de Marte.
Programado para chegar em 19 de outubro, o objetivo do módulo de curta vida é permitir a preparação de outro módulo de exploração, que investigará em Marte eventuais rastros de vida extraterrestre.
"Nosso objetivo é demonstrar que podemos alcançar a superfície e arrecadar dados", afirmou o conselheiro da Agência Espacial Europeia (ESA) Mark McCaughrean.
Batizado de Schiaparelli, o módulo de 600 kg se separará da nave mãe, a Trace Gas Orbiter (TGO), depois de uma viage de sete meses e 496 milhões de quilômetros.
Só os EUA conseguiram
O módulo e sua nave mãe, que ficará e órbita em torno de Marte para captar odores na atmosfera em busca de gases gerados por organismos vivos, constituem uma primeira etapa do projeto russo-europeu ExoMars.
A segunda, que será lançada em 2020 depois de dois anos de adiamento, será o robô de exploração ExoMars Rover, para o qual Schiaparelli servirá de teste de pouso.
Menos da metade das tentativas das agências espaciais dos Estados Unidos, Rússia e Europa para pousar e operar um módulo na superfície terrestre teve êxito desde os anos 1960.
A última vez que a Europa tentou, o módulo de fabricação britânica Beagle 2 desapareceu deixar rastros depois de separar-se da nave mãe Mars Express, em dezembro de 2003.
Apenas os Estados Unidos conseguiram operar um robô explorador na superfície de Marte.
A busca de vida em Marte, um tema que estimula a imaginação da humanidade há tempos, é uma tarefa complexa, dado o bombardeio da superfície de raios ultravioletas e cósmicos.
Traços de metano
Os cientistas acham que os rastros de metano na delgada atmosfera de Marte podem ser um indício de que algo pode estar acontecendo em nível subterrâneo.
O metano não sobrevive muito tempo à ação dos raios ultravioletas solares, explicou McCaughrean.
Outra razão podem ser os micróbios unicelulares denominados metanógenos, que na Terra existem em lugares sem oxigênio como o estômago dos animais, onde convertem o dióxido de carbono em metano.
Espera-se que o explorador ExoMars possa achar explicações para o origem desse metano.
Já as tarefas de Schiaparelli serão decisivas para o designa do explorador e seu sistema de pouso.
O módulo se separará do TGO às 14H42 GMT (11H42 de Brasília) de domingo, a aproximadamente um milhão de quilômetros de distância do Planeta Vermelho.
Ingressará em sua atmosfera na quarta-feira, a uma altitude de 121 km e uma velocidade de 21.000 km/h.
A entrada na atmosfera levará seis minutos e, mediante a alta temperatura, o módulo contará com a proteção de um "aerocasco", que dissipará calor gerado.
Ao chegar à altitude de 11 km e à velocidade de 1.700 km/h, abrirá um paraquedas supersônico.
Quarenta segundos depois, a parte da frente se desacoplará assim como a metade traseira com o paraquedas atado.
Schiaparelli ativará então nove propulsores de controle de velocidade e manobrará até pousar na superfície.
Com 10 minutos de delay - o tempo que demoram para chegar à Terra as ondas de rádio -, Schiaparelli enviará as primeiras informações sobre temperatura, umidade, densidade e propriedades elétricas.
Dotado de baterias sem painéis solares, o módulo terá uma vida de dois ou três dias.
Assim que se separar de Schiaparelli, o TGO mudará de rumo para evitar uma colisão co Marte.
Depois modificará a forma de sua órbita que passará a ser circular em torno do planeta e, a partir de 2018, começará a analisar a atmosfera de Marte de uma altitude de 400 km.
Treze anos depois da tentativa fracassada de enviar um robô de exploração a Marte , a Europa vai se dispor, no próximo domingo, a dar um passo importante neste sentido, desta vez junto à Rússia, para buscar indícios de vida no Planeta Vermelho.
O centro de controle instruirá uma sonda espacial a 175 milhões de quilômetros da Terra para que pouse em um módulo explorador, do tamanho de uma piscina de plástico, sobre a árida e fria superfície de Marte.
Programado para chegar em 19 de outubro, o objetivo do módulo de curta vida é permitir a preparação de outro módulo de exploração, que investigará em Marte eventuais rastros de vida extraterrestre.
"Nosso objetivo é demonstrar que podemos alcançar a superfície e arrecadar dados", afirmou o conselheiro da Agência Espacial Europeia (ESA) Mark McCaughrean.
Batizado de Schiaparelli, o módulo de 600 kg se separará da nave mãe, a Trace Gas Orbiter (TGO), depois de uma viage de sete meses e 496 milhões de quilômetros.
Só os EUA conseguiram
O módulo e sua nave mãe, que ficará e órbita em torno de Marte para captar odores na atmosfera em busca de gases gerados por organismos vivos, constituem uma primeira etapa do projeto russo-europeu ExoMars.
A segunda, que será lançada em 2020 depois de dois anos de adiamento, será o robô de exploração ExoMars Rover, para o qual Schiaparelli servirá de teste de pouso.
Menos da metade das tentativas das agências espaciais dos Estados Unidos, Rússia e Europa para pousar e operar um módulo na superfície terrestre teve êxito desde os anos 1960.
A última vez que a Europa tentou, o módulo de fabricação britânica Beagle 2 desapareceu deixar rastros depois de separar-se da nave mãe Mars Express, em dezembro de 2003.
Apenas os Estados Unidos conseguiram operar um robô explorador na superfície de Marte.
A busca de vida em Marte, um tema que estimula a imaginação da humanidade há tempos, é uma tarefa complexa, dado o bombardeio da superfície de raios ultravioletas e cósmicos.
Traços de metano
Os cientistas acham que os rastros de metano na delgada atmosfera de Marte podem ser um indício de que algo pode estar acontecendo em nível subterrâneo.
O metano não sobrevive muito tempo à ação dos raios ultravioletas solares, explicou McCaughrean.
Outra razão podem ser os micróbios unicelulares denominados metanógenos, que na Terra existem em lugares sem oxigênio como o estômago dos animais, onde convertem o dióxido de carbono em metano.
Espera-se que o explorador ExoMars possa achar explicações para o origem desse metano.
Já as tarefas de Schiaparelli serão decisivas para o designa do explorador e seu sistema de pouso.
O módulo se separará do TGO às 14H42 GMT (11H42 de Brasília) de domingo, a aproximadamente um milhão de quilômetros de distância do Planeta Vermelho.
Ingressará em sua atmosfera na quarta-feira, a uma altitude de 121 km e uma velocidade de 21.000 km/h.
A entrada na atmosfera levará seis minutos e, mediante a alta temperatura, o módulo contará com a proteção de um "aerocasco", que dissipará calor gerado.
Ao chegar à altitude de 11 km e à velocidade de 1.700 km/h, abrirá um paraquedas supersônico.
Quarenta segundos depois, a parte da frente se desacoplará assim como a metade traseira com o paraquedas atado.
Schiaparelli ativará então nove propulsores de controle de velocidade e manobrará até pousar na superfície.
Com 10 minutos de delay - o tempo que demoram para chegar à Terra as ondas de rádio -, Schiaparelli enviará as primeiras informações sobre temperatura, umidade, densidade e propriedades elétricas.
Dotado de baterias sem painéis solares, o módulo terá uma vida de dois ou três dias.
Assim que se separar de Schiaparelli, o TGO mudará de rumo para evitar uma colisão co Marte.
Depois modificará a forma de sua órbita que passará a ser circular em torno do planeta e, a partir de 2018, começará a analisar a atmosfera de Marte de uma altitude de 400 km.