EUA sai do radar da Temu: app chinês quer diminuir dependência de seu principal mercado
Com movimentos estratégicos, a Temu visa diversificar sua presença no mercado global, reduzindo a participação das vendas nos EUA para 30% até 2025
Repórter
Publicado em 19 de março de 2024 às 16h12.
Última atualização em 19 de março de 2024 às 16h15.
A plataforma de e-commerce chinesa Temu está implementando uma estratégia para diminuir sua dependência do mercado estadunidense. Diante das crescentes tensões políticas entre os EUA e companhias chinesas, a Temu busca reduzir a parcela de vendas oriundas dos EUA de 60% para até 30% até o ano de 2025. Esse plano foi revelado por fontes próximas aos executivos da empresa, conforme reportagem do The Information.
Para alcançar esse objetivo, a Temu está expandindo sua atuação em diversas regiões, como Europa, Oriente Médio, Japão e Coreia do Sul. A plataforma orientou seus comerciantes a priorizar o estoque de produtos populares nessas áreas, visando atender a demanda específica de cada mercado.
Lançada nos EUA há menos de dois anos, a Temu enfrentou escrutínio por parte de políticos americanos. Preocupações foram levantadas quanto à capacidade da empresa de impedir que fornecedores utilizassem trabalho forçado em suas operações.
Este cenário se agravou com a recente aprovação de um projeto de lei pela Câmara dos Representantes dos EUA, ameaçando a operação americana do TikTok, outra empresa chinesa, o que reforça as preocupações sobre o futuro da Temu nos Estados Unidos.
Balanço positivo
Apesar da Temu não revelar detalhes financeiros, analistas apontam que a operação é deficitária. Entretanto, a empresa tem intensificado esforços para atrair consumidores fora dos EUA, com o número de usuários ativos mensais não-americanos superando os americanos desde o terceiro trimestre de 2023, segundo a Sensor Tower.
Junto disso, o número de downloads do aplicativo fora dos EUA ultrapassou os downloads americanos a partir do segundo trimestre.
Apesar disso, a empresa continua a ver os EUA como um mercado crucial, mas esclarece que a contribuição percentual do mercado americano ao valor bruto de mercadorias (GMV) está se ajustando à medida que a empresa expande suas operações globalmente, sendo esse um resultado esperado de uma expansão mundial bem-sucedida.