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EUA negam existência de "base de espionagem" no Brasil

Brasília - As autoridades dos Estados Unidos negaram ter instalado uma 'base de espionagem' em Brasília, como tinha informado o jornal 'O Globo', ao publicar documentos...

Antonio Patriota (AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.

Brasília - As autoridades dos Estados Unidos negaram ter instalado uma "base de espionagem" em Brasília, como tinha informado o jornal "O Globo", ao publicar documentos do ex-agente da CIA, Edward Snowden, afirmou nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

O responsável da diplomacia brasileira assegurou em uma audiência pública no Senado que o embaixador americano em Brasília, Thomas Shannon, negou que seu país tivesse usado uma base no Brasil ou tenha contado com o apoio de empresas brasileiras para serviços de espionagem.

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Shannon, que mostrou sua "disposição ao diálogo", "reconheceu" que os serviços de espionagem americanos, atuando de seu próprio território, registraram dados de comunicações telefônicas e cibernéticas de cidadãos brasileiros, segundo Patriota. Esses dados consistem em números de telefone, data, horário e duração das chamadas e o tráfego de e-mails, mas não seu conteúdo.

No entanto, Patriota disse que os esclarecimentos dados até agora pelos Estados Unidos "não são suficientes" e antecipou que o Brasil "irá além do protesto inicial" realizado no domingo passado. Reiterou que o governo se propõe denunciar o caso perante as Nações Unidas e não descartou coordenar uma resposta com outros países que foram espionados ou com interesse na proteção da privacidade na internet, entre os quais citou a Europa Ocidental e o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Além disso, o chanceler declarou que não exclui a "hipótese" de interrogar Snowden, autor do vazamento sobre o caso de espionagem, uma vez que sua declaração seria "absolutamente relevante e pertinente". O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse na mesma audiência que as autoridades militares do Brasil também não têm "indícios" de que os Estados Unidos usassem uma base no país.

A pedido da presidente Dilma Rousseff, foi criado um grupo de trabalho com representantes de sete ministérios, com o objetivo de analisar o caso de forma urgente e propor medidas. A análise deste grupo de trabalho servirá para que o governo solicite "esclarecimentos adicionais" ao governo americano, segundo um comunicado divulgado hoje pela presidência.

"O grupo de trabalho vai nos dizer as inconsistências, as insuficiências de informação e como devemos atuar", disse Amorim. De forma paralela, a Polícia Federal e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abriram investigações sobre o caso.

Amorim disse que o Brasil investe "pouco" em segurança cibernética e opinou que "nenhum país tem capacidade para proteger todas as informações".

A espionagem de brasileiros suscitou um escândalo depois que "O Globo" publicou dados colhidos por Snowden sobre o suposto programa de espionagem em massa aplicado pela Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA no mundo todo.

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