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Estudo sugere conexão entre fundador do Silk Road e criador do bitcoin

Uma grande transferência entre a conta de Ross Ulbricht e Satoshi Nakamoto teria sido realizada em março deste ano

Ross  (Reprodução)

Ross (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2013 às 10h10.

Dois programadores israelenses afirmam ter descoberto uma conexão entre Ross William Ulbricht, operador do mercado virtual de drogas Silk Road, e o inventor do bitcoin, moeda usada nas operações da rede. Segundo eles, diversas transações envolvendo as carteiras virtuais do criador do bitcoin e do administrador do Silk Road foram realizadas nos últimos anos.

Dorit Ron e Adi Shamir, pesquisadores do Weizmann Institute, em Israel, publicaram um artigo que detalha como Ulbricht, preso pelo FBI acusado de tráfico de drogas e mandar matar uma pessoa, adquiriu e protegeu os milhões que ele ganhou como comissão ao operar o Silk Road.

Os pesquisadores tem explorado nos últimos meses a base de dados das transações financeiras realizadas com bitcoin. A pesquisa deles foi possível já que as transações são públicas, apesar do bitcoin ter sido desenvolvido para proteger o anonimato de compradores e vendedores.

No começo deste ano, os pesquisadores conseguiram uma listagem completa de todas as transações de bitcoin já realizadas e, desde então, criaram um gráfico dessas transações, numa tentativa de conseguir encontrar padrões no comportamento dos usuários da rede de moedas virtual.

Depois que Ulbricht foi preso, no mês passado, os cientistas começaram a traçar as transações que fossem relacionadas ao Silk Road. Entre as descobertas, estava uma transferência de uma grande quantia para uma conta controlada por Ulbricht, originada de uma carteira virtual criada em janeiro de 2009, durante os primeiros dias da rede bitcoin, que havia sido criada no ano anterior.

Apesar dos autores do estudo afirmarem que não podem provar que a conta pertence à pessoa que criou o bitcoin, acredita-se que todas as primeiras carteiras virtuais pertencem a uma pessoa que se identifica como Satoshi Nakamoto, que se mantém no anonimato e não dá declarações desde 2010.

Ao traçar várias transações feitas que envolvessem a conta de Ulbricht, os autores do estudo encontraram uma operação que envolvia a transferência de mil bitcoins, que valiam 60 mil dólares quando foram feitas em 20 de março deste ano, e agora valem aproximadamente 847 mil dólares.

De acordo com o estudo, essa transferência não representa o padrão típico de um consumidor do Silk Road, que geralmente fazem um depósito inicial de dezenas de milhares de dólares que são gastos na medida em que compram novos produtos. Isso poderia representar uma forma de investimento ou sociedade, de acordo com os programadores israelenses.

Os pesquisadores afirmam que o Silk Road, na época da prisão de Ulbricht, movimentou 1,2 bilhão de dólares em vendas, gerando 80 milhões de dólares em comissões para seu criador. A alta na cotação do bitcoin no último mês aumentou ainda mais essa quantia.

Porém, os pesquisadores acreditam que o FBI recuperou apenas 22% das comissões identificadas, e os próprios estudiosos afirmam que conseguiram rastrear apenas um terço do total.

As unidades do bitcoin são geradas utilizando um algoritmo criptográfico que requer um computador com capacidade de processamento e que assegura que cada moeda permaneça única e não possa ser copiada.

Depois de apreender o computador de Ulbricht, o FBI passou várias semanas analisando as informações do aparelho, concluindo que o laptop continha uma carteira virtual com 144 336 bitcoins, que valem mais de 122 milhões de dólares, e atualmente estão congelados pelas autoridades americanas.

 

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