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Este homem aprendeu da maneira difícil qual o segredo do sucesso da Amazon

Adam Kidder, engenheiro, relatou sua experiência trabalhando na gigante do comércio eletrônico e lidando com Jeff Bezos – e entendeu parte do segredo da empresa

Amazon (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2014 às 10h25.

A fórmula usada por Jeff Bezos para tornar a Amazon a maior empresa de comércio eletrônico do mundo não é exatamente conhecida. Mas um engenheiro que trabalhou na companhia escreveu, nesta semana, um relato de sua experiência dentro da gigante e lidando com o rígido CEO – e mostrou alguns pontos cruciais para o sucesso da administração do norte-americano.

O post original foi feito por Adam Kidder no blog da HighFive, empresa responsável por uma ferramenta de comunicação corporativa. Leia abaixo o texto traduzido – e aqui, o original.

Três meses depois de começar em meu novo emprego, fui apresentado a Jeff Bezos e aprendi uma lição de vida que nunca vou esquecer.

Entrei para a Amazon imediatamente após me formar. Alguns meses depois, o CEO da Amazon, Jeff Bezos, deu à minha equipe de designers e engenheiros a tarefa de entregar um novo produto, totalmente sigiloso.

Eu sabia que essa era a oportunidade de uma vida toda, já que produtos incríveis, como o Kindle e o Amazon Web Services, também vieram de projetos iniciados por Bezos. Mas eu ainda estava ansioso. Meus colegas mais experientes me alertaram sobre a reunião com Jeff, e disseram para eu esperar qualquer coisa.

Fui até o escritório Day One North no campus da Amazon e peguei o elevador até o quinto andar. Quando entrei na sala da direção, Bezos levantou e se apresentou. “Eu sou o Jeff”, disse ele, educadamente. Depois dessa breve introdução, fomos direto às apresentações. Eu logo aprendi que não há espaço para conversa fiada no mundo de Bezos.

Quando chegou a hora, levantei, mostrei meu protótipo e esperei pela resposta dele.

Após uma longa pausa, ele soltou uma de suas famosas gargalhadas. Mas não era o tipo de risada que você quer ouvir depois de uma demonstração. Eu não tinha contado nenhuma piada e ninguém mais na sala estava rindo. Em vez disso, os olhos de todos estavam fixos em Bezos, esperando pelo que ele diria depois. Ele parou outra vez e então disse: “Eu sei que esse não é seu projeto, porque ele não pode ser feito. Qual o seu plano de verdade?”.

Ele nos contou que gostaria de ver uma nova versão no dia seguinte. O pedido não parecia fazer muito sentido. Na verdade, até hoje eu não tenho certeza de onde o produto será usado – mas nós deixamos de lado tudo que estávamos fazendo e nos mexemos para entregar a demonstração a tempo.

No dia seguinte, voltamos e mostramos o produto a Bezos. Eu soube na hora que ele não tinha ficado satisfeito. Durante dois minutos, ficamos parados, em silêncio, enquanto ele destrinchava a obra. Ele falou como se já tivesse ele mesmo construído o produto antes.

Apresentei outros protótipos a Bezos outras duas vezes durante minha estadia na Amazon. Depois de cada demonstração, ele meticulosamente desmontava o produto, sempre olhando para os problemas sob uma perspectiva do consumidor.

E depois de fazer algumas apresentações, eu finalmente entendi o que se passava na cabeça de Bezos nessas reuniões. Ele não estava pensando no produto; ele pensava sobre a experiência do consumidor. Ele imaginava como uma funcionalidade afetaria tudo, desde a primeira visita dos consumidores até suas impressões posteriores. E se alguma parte dessa experiência estivesse levemente abaixo dos padrões dele, ele mandaria alguém consertá-la.

Algumas vezes, a atenção meticulosa de Bezos aos detalhes e o foco implacável na experiência do consumidor eram frustrantes. Mas foram esses dois pontos que levaram a Amazon ao sucesso.

Sempre enxerguei a engenharia como uma forma de construir coisas incríveis. Mas trabalhar na Amazon mudou minha forma de pensar. Hoje, um foco rigoroso na experiência do consumidor está enraizado em meu DNA. E ainda que desenvolver um produto focado nesse ponto não seja a forma mais ágil de ir de A a B, posso dizer com convicção que é a mais satisfatória.

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