Tecnologia

“Estamos vivendo uma revolução, e precisamos que as mulheres façam parte dela”

Esta história faz parte de uma série de relatos sobre Mulheres e Tecnologia. Para saber mais, veja a edição da revista INFO de Março

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2014 às 17h40.

Esta história faz parte de uma série de relatos sobre Mulheres e Tecnologia. Para saber mais sobre como elas estão se mobilizando em uma indústria historicamente masculina, veja a edição da revista INFO de Março.

Em mais de três décadas trabalhando em empresas de tecnologia, a britânica Penny Hesrcher pode acompanhar as mudanças em um mercado que, aos poucos, começa a se tornar menos masculino. Uma das pioneiras nos altos cargos da tecnologia, ela é hoje CEO de sua segunda empresa e uma das vozes mais ativas quando se trata de chamar mais mulheres para a área.

Penny se formou em matemática na Universidade Cambridge, numa época em que não havia cursos de ciência da computação, e aprendeu a programar em seu primeiro emprego. “Amei. Era desafiador, tinha lógica. Era basicamente matemática na prática”, diz. Pouco tempo depois, se mudou com o marido para a Califórnia onde, em 1996, foi uma das fundadoras da Simplex Solutions, que trabalhava com automação para a indústria de semicondutores. Como presidente da empresa, escalou o negócio, fez a abertura de seu capital na bolsa em 2001 e, pouco depois, o vendeu para uma multinacional.

“A indústria era um clube do bolinha. Mas o meu maior desafio era que eu tinha filhos pequenos. Na época era difícil trabalhar de casa, não havia internet. Eu precisei da ajuda de duas babás e, claro, nunca via meus filhos durante a semana. Minha família e também os pais das outras crianças na escola me julgavam muito. Mas profissionalmente nunca tive problemas sérios por ser mulher”, diz Penny que, admite, muitas vezes era confundida com a secretária em reuniões com outros executivos.

Segundo ela, existem duas explicações para o interesse das empresas de tecnologia em contratar mais mulheres. O primeiro seria a necessidade de mais mão de obra, já que a taxa de graduação não deve atender à demanda do mercado.  “Já o segundo motivo foi provado em muitos estudos: times mistos criam produtos melhores”, diz Penny.  Mais do que olhar para pesquisas sobre diversidade de gênero no trabalho, Penny ouviu pessoalmente o relato de diretores de grandes empresas sobre o assunto. Por dez anos, ela foi membro do conselho do Instituto Anita Borg, uma das organizações mais ativas pelos direitos femininos. “Empresas como o Google e Facebook tem ótimas histórias sobre os benefícios da diversidade”, afirma.

Hoje, ela aplica esses exemplos em seu novo negócio, a First Rain. A empresa de análise de dados tem 50% de seus cargos, incluindo a diretoria, preenchidos por mulheres. “Além dessas questões ligadas a produtividade, temos que olhar o cenário maior”, diz Penny. “Estamos no início de uma grande revolução que está mudando o planeta. Ela é da magnitude da revolução industrial. Tecnologia é o futuro da nossa espécie – e precisamos que as mulheres tenham participação nele”.

 

Veja mais sobre Mulheres & Tecnologia na revista INFO deste mês. 

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