Tecnologia

Essa tecnologia vai carregar seu telefone à distância

A tecnologia da Energous será utilizada em um transmissor capaz de carregar aparelhos que estão em um raio de aproximadamente 90 cm a 1,5 m


	Bateria: para que a recarga remota se torne realidade, as empresas precisarão transpor obstáculos relativos à saúde e à segurança
 (Reprodução)

Bateria: para que a recarga remota se torne realidade, as empresas precisarão transpor obstáculos relativos à saúde e à segurança (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2016 às 21h28.

Portland - O preço da ação da Energous mais que dobrou neste ano, principalmente devido à promessa de um futuro em que os smartphones não dependerão de tomadas elétricas nem de bases de recarga.

A Energous, com sede em San Jose, Califórnia, é uma das poucas empresas que estão competindo para lançar tecnologias que possibilitem que nossos telefones, tablets e relógios inteligentes sejam carregados mesmo estando do outro lado da sala -- todos ao mesmo tempo e de forma completamente remota.

E 2017 poderá ser o ano em que elas finalmente conseguirão entrar no lar dos consumidores.

No segundo semestre do próximo ano, a tecnologia da Energous será utilizada em um transmissor capaz de carregar aparelhos que estão em um raio de aproximadamente 90 centímetros a 1,5 metro através de ondas de rádio, de acordo com o CEO Steve Rizzone.

Em 2018, a empresa espera lançar um transmissor semelhante que poderá ser incorporado a aparelhos, como TVs de tela plana, para carregar dispositivos a uma distância de mais de 4,5 metros, disse Rizzone em uma entrevista.

A empresa preferiu não dar detalhes sobre quanta energia um aparelho Energous conseguirá emitir nem sobre a eficiência do compartilhamento.

Embora as primeiras tecnologias de carregamento remoto estejam demorando para se popularizar, a utilização bem sucedida da chamada recarga sem fio 2.0 ajudaria tanto os gigantes do setor tecnológico quanto os empreendedores a resolver o problema da mobilidade -- os aparelhos deixarão de depender de uma bateria de longa duração para serem úteis.

Isso também perturbaria o domínio de mercado da tecnologia Qi, que está incorporada a aparelhos como o Galaxy S7, da Samsung, e exige que o aparelho seja colocado em uma base de recarga física.

De acordo com a Grand View Research, o mercado de recarga sem fio deverá crescer para US$ 22,5 bilhões até 2022, contra US$ 1,87 bilhão em 2014.

Para que a recarga remota se torne realidade, empresas como Ossia, Humavox e WiTricity precisarão transpor obstáculos relativos à saúde e à segurança.

A Comissão Federal de Comunicações dos EUA, que regulamenta o setor wireless, ainda precisa determinar que a recarga remota a longa distância é segura.

Também será necessário convencer os fabricantes a adotar essas tecnologias -- que vão desde ondas de radiofrequência a ultrassom e lasers.

A redução da eficiência da transferência de energia com a distância também deve ser considerada.

A Ossia pretende lançar receptores no começo de 2018, e os aparelhos capazes de “captar” essa energia chegarão em 2019, de acordo com o CEO Didier Le Lannic.

A empresa, que está desafiando as patentes da Energous, espera transmitir alguns miliwatts a 1 watt de energia em um raio de até 2,7 metros para carregar aparelhos móveis e conectados à internet, como sensores, disse ele.

A tecnologia da WiTricity, será incorporada a um notebook que estará disponível comercialmente no começo de 2017, disse o CEO Alex Gruzen em uma entrevista.

A empresa está trabalhando com fabricantes de automóveis para carregar carros a uma distância de até 35 centímetros -- digamos, do chão da garagem até a bateria do carro.

Os primeiros automóveis com esta tecnologia chegarão ao mercado no fim de 2017, disse ele.

“Os fios estão sendo eliminados em todos os lugares”, disse Gruzen. “Acho que dentro de cinco anos não haverá mais carregadores com fio”.

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