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Equador descobre microfone na embaixada em Londres

Quito - O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, revelou nesta terça-feira a descoberta de um microfone oculto na embaixada do país em Londres, onde está asilado há...

Assange (Reprodução)

Assange (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.

Quito - O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, revelou nesta terça-feira a descoberta de um microfone oculto na embaixada do país em Londres, onde está asilado há pouco mais de um ano o fundador do Wikileaks, Julian Assange.

Patiño, que ressaltou que não insinuava que esse aparelho tivesse a ver com as denúncias sobre os programas de espionagem dos Estados Unidos, declarou que uma vez que se conheça a origem do microfone, o Equador pedirá "explicações" ao governo que corresponda.

"Acho que a origem é outra", declarou o ministro. "Talvez haja uma explicação razoável", se é que "esse microfone foi roubado" e, embora supostamente possa ter relação com "determinados grupos de inteligência de um Governo 'X'", se for comprovado o roubo do equipamento, "esse governo não é responsável", acrescentou.

Em entrevista coletiva, o funcionário disse que deve conversar sobre o caso com o presidente equatoriano, Rafael Correa, e afirmou que dará novos detalhes sobre o caso amanhã.

O aparelho de escuta foi descoberto em junho, antes da visita do chanceler a Londres para se reunir com Assange e com o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, para tratar sobre a situação do jornalista australiano.

Naquele momento, disse o chanceler, a descoberta não foi divulgada para evitar que o caso atrapalhasse os motivos de sua visita à capital britânica e porque o governo quis obter mais informações sobre a origem do aparelho, colocado no escritório da então embaixadora, Ana Albán.

"Vamos pedir explicações imediatamente" às pessoas suspeitas de estarem vinculadas com a origem da colocação do equipamento, reiterou.

Em sua opinião, a descoberta é "outra confirmação da falta de ética em nível internacional das relações que temos entre os governos".

"Existem infiltrados por todos os lados", declarou Patiño, que mencionou também um documento divulgado hoje pela emissora americana "Univisión" com informações do governo equatoriano, "algumas falsas, mas outras verdadeiras, o que indica que já não há nenhum respeito", disse.

Patiño lembrou que as denúncias de espionagem dos EUA envolvem países como França, Alemanha, "que têm equipes de inteligência e de segurança muitíssimo mais avançadas, desenvolvidas e experientes que o Equador, mas, no entanto, foram alvos de espionagem".

Por isso, insistiu que o governo terá que aumentar a segurança de suas comunicações "porque, claro, tudo o que falamos entre nós está aparecendo publicamente", disse. 

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