Tecnologia

Empresas querem adiar recurso de interatividade na TV

Governo quer obrigar a inclusão de aparelho que permite a interatividade em todas as TVs digitais feitas no Brasil, mas setor quer adiar a medida

Modelo de conversor para TV Digital: setor e governo debatem o início da medida (INFO EXAME/INFO)

Modelo de conversor para TV Digital: setor e governo debatem o início da medida (INFO EXAME/INFO)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2012 às 17h20.

Brasília - Os fabricantes de televisores do país estão negociando com o governo federal o adiamento da obrigatoriedade da inclusão do Ginga, uma ferramenta que permite a interatividade na TV digital brasileira, nos aparelhos produzidos no país. Hoje (1º), o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, esteve com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, pedindo que a medida só entre em vigor a partir de outubro.

Segundo o representante das empresas, os testes que estão sendo realizados para avaliar o funcionamento do software só ficam prontos no dia 30 de setembro, o que inviabiliza a inclusão do Ginga nos televisores antes desse prazo. O programa, que é um software livre nacional, possibilita que o telespectador consulte informações sobre a programação, faça compras e acesse dados bancários pela televisão.

A proposta da indústria é incluir o Ginga a partir de outubro em 10% dos televisores conectados, ou seja, nos aparelhos que já estão preparados para receber o sinal digital. O percentual subiria para 50% no ano que vem e para 95% em 2014, ano da Copa do Mundo.

O governo apresentou inicialmente uma proposta de incluir o Ginga no Processo Produtivo Básico (PPB) para pelo menos 75% de todos os televisores com tela de cristal líquido a partir deste ano, mas esse percentual ainda está sendo debatido. A ideia do governo é que o software seja incluído nos televisores a partir de junho.

Outro argumento das fabricantes de televisores para adiar a inclusão do Ginga nos aparelhos é que o sinal digital ainda não está presente em todos os municípios brasileiros. “Hoje 48% da população recebem sinal digital. É inócuo fazer 100% [a inclusão do Ginga], cobrar um dinheiro a mais de quem ainda não recebe o sinal”, diz Kiçula. Segundo ele, a inclusão do software deverá encarecer em cerca de R$ 200 o preço dos aparelhos.

Kiçula disse que a associação não quer brigar com o governo, mas, se a obrigação da implantação do Ginga for determinada antes de outubro, poderá haver recurso na Justiça para que as empresas não sejam impedidas de fabricar os televisores sem o software. “Se o sistema não estiver aprovado, não poderemos fazer, e as empresas podem ser obrigadas a parar a produção porque não estarão cumprindo o PPB”, disse.

Acompanhe tudo sobre:IndústriaIndústrias em geralsetor-eletroeletronicoTelevisãoTV

Mais de Tecnologia

Pin People lança ferramenta para ajudar empresas a interpretar sentimentos dos colaboradores

Suprema Corte dos EUA examina caso de proibição do TikTok

Pequim lança tecnologias para facilitar pagamentos de estrangeiros no aeroporto

Vendas da TCL na América do Norte devem crescer 30% em 2025