Tecnologia

Em pleno 2024, Japão consegue finalmente aposentar os disquetes; entenda por quê

Após décadas de uso, o país finalmente aposenta a tecnologia obsoleta como parte de sua transformação digital

Disquete caiu em desuso pelo mundo, mas o Japão ainda mantinha o uso para documentos oficiais. (Thinkstock)

Disquete caiu em desuso pelo mundo, mas o Japão ainda mantinha o uso para documentos oficiais. (Thinkstock)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 5 de julho de 2024 às 07h22.

Última atualização em 5 de julho de 2024 às 13h09.

A hora da aposentadoria chegou para um item tecnológico clássico dos anos 1990. Finalmente, em 2024, o Japão anunciou oficialmente o fim do uso dos disquetes, uma tecnologia que já estava em desuso há anos em outras partes do mundo. Até o mês passado, mais de 1.000 regulamentos ainda exigiam que os cidadãos apresentassem documentos ao governo usando esses dispositivos de armazenamento ultrapassados. Finalmente, o ministro de Assuntos Digitais, Taro Kono, derrubou a lei que obrigava o uso do dispositivo. As informações são da Reuters.

Uma vez considerado um centro tecnológico, o Japão tem ficado para trás na onda global de transformação digital devido a uma profunda resistência às mudanças. Em muitos escritórios, as máquinas de fax ainda são preferidas em detrimento dos e-mails. Tentativas anteriores de remover essas máquinas dos escritórios governamentais foram abandonadas devido à resistência.

Disquetes 'saíram de moda' nos anos 1990

Criados na década de 1960, os disquetes quadrados saíram de moda nos anos 1990, à medida que soluções de armazenamento mais eficientes foram inventadas. Um disquete de três polegadas e meia podia acomodar apenas 1,44MB de dados. Mais de 22.000 desses disquetes seriam necessários para replicar um pen drive de 32GB. A Sony, último fabricante dos disquetes, encerrou sua produção em 2011.

Como parte de sua campanha tardia para digitalizar a burocracia, o Japão lançou uma Agência Digital em setembro de 2021, liderada por Kono. No entanto, os esforços do Japão para digitalizar podem ser mais difíceis do que parecem.

Muitas empresas japonesas ainda exigem que documentos oficiais sejam endossados com carimbos pessoais chamados hanko, apesar dos esforços do governo para eliminá-los. As pessoas estão se afastando desses carimbos a um "ritmo glacial”.

E foi só em 2019 que o último provedor de pager do país encerrou seu serviço, com o último assinante privado explicando que era o método de comunicação preferido por sua mãe idosa.

Essa mudança marca um passo significativo no esforço do Japão para modernizar sua infraestrutura digital e reduzir a dependência de tecnologias obsoletas, embora desafios permaneçam na adaptação cultural e institucional às novas práticas digitais.

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