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Em época de smartwatch, relógio G-Shock ainda resiste

Relógios da linha da Casio oferecem resistência para situações adversas

 (Casio/G-Shock/Divulgação)

(Casio/G-Shock/Divulgação)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 17 de março de 2018 às 05h55.

Última atualização em 17 de março de 2018 às 05h55.

São Paulo – Muito antes dos relógios inteligentes, Kikuo Ibe criou a linha G-Shock, relógios que foram feitos para suportar situações adversas e, por isso, atraem a atenção de atletas. Neste ano, o primeiro integrante dessa linha de produtos completa 35 anos.

Engenheiro, Ibe, que não imaginava que relógios se tornariam tão conectados quanto o Apple Watch ou o Samsung Gear S3, acredita que os relógios ainda têm espaço porque conseguem acompanhar as pessoas em situações nas quais os smartphones não podem.

Ainda hoje, os relógios ainda representam 50% do faturamento da divisão da Casio.

Leia a seguir a entrevista do Site EXAME com Ibe, que criou a linha G-Shock, em 1983.

Site EXAME: Qual foi a sua inspiração para criar os relógios G-Shock?
Kikuo Ibe: Ganhei um relógio do meu pai e um dia caiu e quebrou. Naquele momento, eu pensei “Eu quero fazer um relógio que não vai quebrar, mesmo se cair". Esta proposta, apresentada em uma reunião interna há mais de 35 anos, deu início ao trabalho de desenvolvimento do G-Shock.

Houve também um momento em que percebi que trabalhadores de uma obra não utilizavam relógio. Queria fazer um produto que todos pudessem usar sem se preocupar que pudesse quebrar. Fizemos algumas tentativas e testamos jogando da janela do terceiro andar de um prédio, cerca de 10 metros de altura e os relógios se quebravam.

Quando fui ao parque vi uma menina brincando com uma bola, tive uma inspiração. Pensei que se inserisse o relógio a uma bola, isso poderia suportar choques severos. Ao todo, foram 200 protótipos e dois anos até chegar ao primeiro G-Shock (lançado em 1983), mas até hoje o relógio possui esta resistência devido ao módulo flutuar dentro da caixa com uma estrutura oca e os choques externos são absorvidos.

Em um cenário em que os relógios estão cada vez mais conectados, o diferencial da linha G-Shock é a resistência?
G-Shock é um relógio de alta resistência que não vai se quebrar enquanto praticamos um esporte, mesmo se deixar cair ou sofrer qualquer acidente do cotidiano. Por ser um relógio que pode te acompanhar em qualquer situação, G-Shock acabou se ligando a grupos como esportistas, admiradores de cultura urbana entre outros, o que faz com que o público se conecte com a marca e também escolha G-Shock pelo estilo.

Também existem os praticantes de esportes extremos que precisam de relógios resistentes e com funções específicas, como os relógios para os praticantes de atividades marítimas, que podem auxiliar durante a navegação e até emitir sinal de socorro. Na verdade, G-Shock se adapta a diferentes estilos e necessidades sempre com alta resistência.

Qual é o público interessado por esse tipo de produto no Brasil?
É o público de forma geral ligado à tecnologia, à cultura urbana e também aos admiradores de artigos retrô. Há os que cresceram usando a marca e se tornaram executivos, praticantes de esportes ou os que utilizam para compor um figurino de moda e de vida que combina com diversos estilos.

Sob de uso condições normais, moderadas, qual é a expectativa de vida útil de um relógio G-Shock?
G-Shock não possui um prazo de validade. Há quem possua um G-Shock desde o seu lançamento em 1983 em funcionamento até hoje.

Há planos para a criação de relógios G-Shock que podem ser conectados a smartphones, como o Apple Watch ou o Samsung Gear S3?
O relógio pode estar junto com você em situações em que um smartphone não pode e, assim, gerar dados e informações úteis. Penso em criar relógios que sejam úteis e que possam se conectar para gerar boas experiências.

Como você vê que o público brasileiro se diferencia de outros mercados em relação ao uso de relógios?
O uso de relógio no mundo é muito parecido de maneira geral, mas cada região tem seus hábitos. Na Ásia, as mulheres costumam usar relógios pequenos e de ponteiros. Na Europa modelos slim, mais finos. Já nos Estados Unidos, o consumo segue muito a moda. E o Brasil é bem parecido com os Estados Unidos.

Especificamente no Brasil, os jovens não possuem o hábito de usar relógios, quando o fazem é em função de estilo ou referência. Os homens buscam tecnologia e as mulheres, estilo e moda. Entretanto, no Brasil, há uma variedade de estilos muito grande e o mercado pode absorver modelos desde os mais simples até os mais caros e de usos mais específicos ou profissionais.

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