Tecnologia

Eletrônicos vão ficar mais caros com a alta do dólar

Não são só os produtos importados que terão preço elevado por causa da alta do dólar. Aparelhos fabricados no Brasil também serão afetados

O tablet Positivo Ypy 7, anunciado por 999 reais em sua versão mais simples, poderá ficar mais caro por causa da alta do dólar (Divulgação)

O tablet Positivo Ypy 7, anunciado por 999 reais em sua versão mais simples, poderá ficar mais caro por causa da alta do dólar (Divulgação)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 21 de setembro de 2011 às 16h55.

São Paulo — A desvalorização do real nas últimas semanas terá impacto direto no bolso do consumidor ao comprar aparelhos eletrônicos. Além de encarecer os produtos importados, a subida da taxa de câmbio deve provocar a elevação de preço também dos equipamentos fabricados no Brasil, já que haverá aumento no custo dos componentes.

No caso de produtos importados, o aumento deve ser repassado ao preço final se a taxa de câmbio se mantiver elevada. Se o dólar se estabilizar em torno de 1,80 real, por exemplo, o preço pode subir mais de 10%. Já o impacto nos produtos fabricados no Brasil tende a ser menor. Mas, como os componentes importados ficarão mais caros, eles também devem se encarecer.

Durante o anúncio da sua nova linha de tablets Ypy, na terça-feira, a Positivo divulgou que os aparelhos terão preço começando em 999 reais. Mas esse valor poderá ser revisto em função da taxa de câmbio. “Se o dólar continuar subindo, não tem jeito”, disse, durante o evento, Hélio Rotenberg, o presidente da Positivo. Ele admitiu que o tablet será vendido com margens pequenas. Se a taxa de câmbio se estabilizar em 1,80 ou mais, o preço deve subir para que a empresa não tenha prejuízo.

Tanto no caso dos eletrônicos nacionais como dos importados, a porcentagem exata do aumento de preço vai depender da política do fabricante ou do distribuidor e do comportamento da taxa de câmbio. Se as empresas avaliarem que a alta do dólar é passageira, podem decidir apertar suas margens temporariamente para não elevar demais o valor na etiqueta do produto.

A Nintendo, por exemplo, lançou, nesta semana, uma edição específica para o Brasil do seu console para jogos Wii por 999 reais. O produto é importado pela Gaming do Brasil, sua distribuidora exclusiva, que diz que deve manter o preço por enquanto. "Temos um colchão de hedging contra as flutuações no câmbio. Vamos absorver a alta. Só teremos de rever o preço se o dólar passar de 2 reais", diz Juliano Bolzani, gerente-geral da distribuidora.

Naturalmente, se a taxa de câmbio continuar subindo – vários analistas já preveem que pode chegar a 1,90 real nas próximas semanas – a alta nos preços de boa parte dos produtos será inevitável.

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