EUA criaram Google e Facebook e agora lutam por internet livre
ÀS SETE - O país enfrenta uma guerra contra o fim da neutralidade de rede, que permitiria a provedores dar preferência ou discriminar pacotes de dados
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 06h40.
Última atualização em 22 de fevereiro de 2018 às 07h18.
Nos Estados Unidos , a Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) deve publicar nesta quinta-feira a ordem, votada em dezembro do ano passado, que revogou a neutralidade de rede, colocada como política de internet e comunicação do governo Obama em 2015.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seçãoÀs Setee comece o dia bem informado:
- Magazine Luiza deve ter mais um balanço com forte crescimento
- ES, MG e SP querem detalhes da intervenção do Exército no RJ
- Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo
Na prática, com a publicação no Registro Federal, a lei passaria a de fato valer, permitindo que provedores de internet possam dar preferência ou discriminar pacotes de dados específicos que circulam na rede — como de e-mails ou de jogos online, dando mais importância para um do que para o outro.
A publicação abre também uma corrida de 60 dias para que o Congresso possa emitir uma resolução revertendo a decisão da FCC e restaurando a neutralidade de rede.
Um voto favorável à resolução é esperado no Senado dos Estados Unidos, onde os 49 senadores democratas e independentes, além da republicana Susan Collins, já afirmaram que apoiam um ato de revisão que preservaria as regras atuais.
Isso deixaria a pauta contra a retirada da neutralidade a um voto de ser enviada à Câmara. Lá, deve ter uma batalha ainda mais difícil frente à maioria republicana.
O presidente Donald Trump ainda poderia vetar a resolução, caso seja aprovada no Congresso. Em dezembro, a reversão da lei antiga de neutralidade de rede foi vencida na FCC por 3 votos 2, divididos por linhas partidárias dentro da Comissão.
A batalha pela neutralidade da rede coloca frente a frente os dois grupos mais influentes do mercado de tecnologia. Procuradores e grupos de direitos civis na internet já afirmaram que irão entrar com processos contra a retirada assim que for publicada.
Eles são apoiados por grandes empresas do mercado de tecnologia, como Facebook e Alphabet (a companhia-mãe do Google), que demonstraram apoio à pauta da neutralidade no último mês.
Do outro lado do embate estão empresas de telecomunicações e banda larga, como AT&T, Comcast e Verizon, que afirmam que com o fim da neutralidade teriam mais margem para testar modelos de adesão à internet, bem como diferentes modalidades de pacotes e cobranças.
Baixar um filme no Netflix, por exemplo, poderia ter taxas diferentes de acessar o Instagram, por exemplo. A batalha pela neutralidade de rede é mais uma das tantas abertas por Donald Trump.