Do código à matrix: como nasce a realidade virtual
Veja como são criados conteúdos para aparelhos como o Oculus Rift ou o Gear VR
Lucas Agrela
Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 05h56.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h19.
São Paulo – A realidade virtual é nome do formato de visualização de vídeos e aplicativos interativos em óculos especiais, como o Oculus Rift, o Google CardBoard ou o Samsung Gear VR. Enquanto a quantidade de dispositivos adaptados para esses conteúdos ainda é pequena e o custo desses aparelhos é elevado – exceto pelo CardBoard –, quem busca mais esses produtos é quem tenta desenvolver ambientes virtuais para eles. Esse é o caso de Omar Pavel, presidente da Interactive Media Dream (IMD), que tem um estúdio de criação de vídeos e aplicações para realidade virtual em São Paulo. EXAME.com visitou o escritório da IMD para mostrar como acontece a criação de conteúdos para os dispositivos que prometem te levar para dentro da matrix nos próximos anos. Confira a seguir.
Uma das maneiras de criar experiências para os óculos de realidade virtual é buscar imagens open-source em 360 graus e 3D na internet e, então, traçar uma rota dentro delas. Isso acontece primeiro no papel. É preciso marcar o que acontecerá no trajeto para que, depois, tudo seja transferido para um computador e, então, ganhe vida nos óculos de realidade virtual.
Na hora de tirar o projeto do papel, as informações vão para o software Unity, que é uma plataforma de desenvolvimento de games que gera aplicativos compatíveis com computadores e celulares com Android ou iOS. "O processo de criação é muito parecido com o de um jogo em 3D. Você modela o cenário, programa o movimento e a física do ambiente e chega ao que você planejou", declarou Pavel.
A criação a partir do zero de um ambiente requer modelagem tridimensional. Isso é feito em programas como o 3D Max. A prototipagem de um ambiente requer cuidados especiais. Um deles é com o tamanho dos objetos. "Na tela do PC pode ficar bom, mas nos óculos é tudo tão real que é preciso que tudo esteja perfeito. Estranhamos qualquer variação, mesmo que seja mínima", afirmou o presidente da IMD. Pavel conta que um dos maiores desafios da prototipagem foi descobrir que a distância entre os olhos do usuário é a principal medida para esse tipo de conteúdo.
O projeto principal da IMD é o de um imóvel. Você pode trocar os móveis de lugar e andar nesse ambiente virtual utilizando um controle do videogame Xbox, da Microsoft. "Você pode brincar de decorar o seu próprio apartamento", afirmou Pavel. O executivo conta que busca firmar acordos no mercado imobiliário para substituir os modelos decorados montados normalmente para demonstrar novos empreendimentos. No entanto, apesar do custo mais baixo de produção, a aceitação desse tipo de modelo ainda é baixa. "Uma barreira é que os óculos de realidade virtual não são fáceis de encontrar no Brasil hoje", declarou Pavel, que diz tentar mudar o paradigma do decorado no setor imobiliário. Outra iniciativa para transformar seus projetos digitais em negócios está na possibilidade de trocar os móveis da casa. A IMD utilizou peças do mostruário de lojas de grande porte e agora tenta firmar parcerias com elas.
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