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Cidades inteligentes são tema de debate na Campus Party mediado pela diretora de INFO

Consumo de energia e sensores foram tema de mesa no Palco Galileu

Smart Cities (Divulgação)

Smart Cities (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2014 às 17h34.

O uso de sensores de baixo custo para desenvolver "cidades inteligentes", os desafios da instalação de redes elétricas mais eficientes, e a criação de plataformas abertas para publicação de dados municipais foram temas da mesa "M2M, Smart Cities e Fi-Ware", nesta quarta-feira (29), na Campus Party. 

A conversa contou com a participação de Eduardo Takeshi, da Telefónica Digital, Alexandre Jann, do grupo NEC, Andreu Veà, do projeto Smart City Barcelona, David Ruiz, do Centro de Inovação do Grupo Telefonica, e Juan Hierro, do projeto Fi-Ware. A diretora de redação da INFO, Katia Militello, mediou a discussão.

Os convidados falaram principalmente dos desafios tecnológicos e econômicos do desenvolvimento das chamadas "cidades inteligentes", municípios capazes de utilizar redes de dados, sensores e outras tecnologias para melhorar a vida de seus cidadãos, reduzir custos e facilitar a administração. Um dos exemplos citados foi dos "smart grids", ou redes elétricas inteligentes. 

No Japão, essas redes permitem que cidadãos comprem energia elétrica em momentos de baixo consumo, quando o preço cai. A energia é armazenada em baterias -- as mesmas utilizadas no modelo Leaf da Nissan. Além de aliviar as tarifas para o consumidor, o sistema ajuda a desafogar a rede em horários de pico. Alexandre Jann discutiu as dificuldades de implementar um projeto semelhante numa grande cidade brasileira, como São Paulo. Segundo ele, a questão regulatória é um dos principais entraves, e obrigaria governo e concessionárias a trabalhar juntos para definir quais tecnologias seriam utilizadas, como seria a redistribuição de preços, etc.

Do Japão vieram também bons exemplos de como a tecnologia de sensores pode garantir a segurança dos cidadãos em casos de tsunamis e terremotos. Jann contou como uma ampla rede de captação de ondas de choque é capaz de avisar a população em segundos, em caso de um abalo, por meio do rádio, celular e televisão. No caso brasileiro, um sistema semelhante poderia ser implementado em áreas sob risco de deslizamento de terra, segundo Jann.

Outros exemplos vieram da Espanha, principalmente no setor de mobilidade. Um dos projetos apresentados foi de um sensor de baixo custo, implantado sob o solo, capaz de detectar a pressão de um carro. Esse sistema, ainda em fase de testes em Barcelona, poderia sinalizar vagas de estacionamento disponíveis numa determinada área, por exemplo. 

Além da captação desses dados, a rede de processamento também foi discutida, principalmente com o Fi-Ware. Juan Hierro, coordenador e arquiteto-chefe do projeto, explicou o funcionamento de sua estrutura, semelhante à da Web Service, da Amazon. Ou seja, uma rede de servidores na nuvem. A diferença é que, ao contrário da estrutura da Amazon, o Fi-Ware é uma solução aberta, e pode ser licenciado por municípios que precisem de infra-estrutura na nuvem para processar dados.

A Campus Party continua nesta quinta (30), com ingressos esgotados para a área de palestras. O evento vai até domingo (2).

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