Depois de recordes nas receitas, Microsoft e Google testam novos limites
As duas gigantes apresentam nesta terça-feira os resultados relativos ao primeiro trimestre de 2022
André Lopes
Publicado em 26 de abril de 2022 às 06h30.
Última atualização em 26 de abril de 2022 às 06h40.
Apesar da venda do Twitter ter movimentado o mercado de tecnologia nas últimas semanas, no acumulado do ano, e levando em conta os índices S&P 500 e Nasdaq 100, as ações das big techs não estão em um bom momento.
Nesta terça-feira, 26, Google e Microsoft trazem os resultados do primeiro balanço trimestral do ano e os investidores estarão atentos à orientação futura para os negócios destas companhias, que, no fechamento de 2021, apresentaram receitas recordes.
No caso da Alphabet, que comanda o Google, os analistas esperam um EPS de US$ 25,63 sobre receita de US$ 68,13 bilhões. Para referência, nos últimos seis trimestres, o histórico da empresa foi de superar com folga as previsões, com o preço de suas ações ficando mais alto no dia seguinte ao anúncio em todas as ocasiões.
Obviamente, o desempenho passado não é um indicativo de resultados futuros, mas ressalta-se aqui que a companhia tem mantido o crescimento dos serviços em nuvem e que agora avança na disponibilização corporativa de ferramentas de inteligência artificial, como o monitor de rotas para entregas de compras online.
Em termos de resultados financeiros, o destaques devem se concentrar na receita de publicidade do buscador e do YouTube, em meio aos ventos contrários do conflito Rússia-Ucrânia e da forte concorrência do TikTok.
Para a Microsoft, os investidores esperam um ESP de US$ 2,18 sobre receita de US$ 49,03 bilhões. Nesse caso, é importante observar o desempenho do negócio “Intelligent Cloud”, que contém as marcas Azure, GitHubt e Windows Server, e que apresenta uma forte trajetória de crescimento em meio à intensa concorrência de nuvens como o Google Cloud, IBM e Oracle.
Os resultados da unidade "More Personal Computing", que inclui Windows, publicidade, dispositivos e jogos, também serão fundamentais, mas mais importantes serão os comentários prospectivos sobre o que a empresa vai fazer após o acordo de compra de US$ 75 bilhões da Activision Blizzard.
O aumento da inflação, os gargalos de oferta e o enfraquecimento dos gastos do consumidor são ventos contrários que podem pesar na seara de software doméstico, o segundo maior gerador de receita da empresa.
Os dados de hoje devem deixar mais claro como isso está minando o crescimento da companhia e o que a liderança de Satya Nadella fará para limitar esse impacto negativo.