De imigrante sem recursos a milionário graças ao WhatsApp
Jan Koum, que quando criança nunca teve água quente em casa, acaba de virar milionário, pois a empresa que criou, o WhatsApp, é a maior aquisição do Facebook
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 09h28.
Washington - Jan Koum nasceu em Kiev, capital da Ucrânia, e quando criança nunca teve água quente em casa, sobreviveu com cupons de comida quando emigrou para os Estados Unidos com 17 anos e acaba de se transformar em milionário do Vale do Silício, pois a empresa que criou há cinco anos, o WhatsApp , será a maior aquisição da história do Facebook .
Orgulhoso de seu espetacular progresso e em um gesto carregado de simbolismo, Koum escolheu para assinar o acordo de US$ 19 bilhões anunciado na quarta-feira no centro social onde ia com sua mãe para receber os vales de ajuda alimentar em seus primeiros anos nos EUA, aonde chegaram fugindo das tensões políticas da Ucrânia soviética e buscando melhores perspectivas de futuro.
Filho de um mestre de obras e uma dona de casa já mortos, o perfil e a atitude de Koum são a antítese do que a priori se espera de um novo multimilionário dessa Meca da tecnologia que é o Vale do Silício, na Califórnia.
O empreendedor de 38 anos é um homem modesto, cuidadoso com sua vida privada e conhecido por ter princípios muito sólidos, ideais dos quais deixou claro que não vai se afastar nem um pouco, apesar de sua empresa de 55 funcionários passar para as mãos do gigante Facebook, a rede social mais popular do mundo e cuja filosofia é antagônica em muitos aspectos ao espírito com o qual Koum criou seu popular serviço de mensagem instantânea.
"Sem anúncios, jogos e quebra-galhos", diz uma nota pendurada na parede de seu escritório. Koum e seu sócio, o americano Brian Acton, conceberam o WhatsApp precisamente como uma plataforma livre de todas aquelas coisas que detestam no mundo da tecnologia e que os levaram a abandonar o Yahoo!, a empresa onde se conheceram, para criar seu próprio negócio.
Para os pais do serviço de mensagens gratuitos de celular mais universal há duas linhas vermelhas que não ultrapassam de modo algum, nem sequer pela multimilionária quantidade que o Facebook pagou por sua empresa, um número que os analistas consideram exagerado.
A primeira delas é a privacidade. Koum, marcado por sua infância e juventude em um país onde se vasculhava as comunicações dos cidadãos, se assegurou desde o início do WhatsApp há cinco anos que o aplicativo recolha a menor quantidade possível de dados dos usuários, que só precisam de seu número de celular para se identificar e ter acesso ao serviço.
Este aspecto não poderia s echocar mais com a filosofia do Facebook, seu comprador, que por sua natureza de "livro aberto" das vidas de seus usuários solicita todo tipo de informação, dados com os quais atingiu enormes lucros através dos anunciantes, para quem a rede social realiza uma segmentação de mercado que não tem preço.
De fato Koum nunca nomeou o Facebook quando se perguntava a ele em entrevistas por seus aplicativos favoritas, entre os quais se mencionou outros também muito populares mas menos exibicionistas da vida privada, como o Twitter.
Sua infância em um pequeno povoado rural nos arredores de Kiev, onde durante mais de uma década teve o mesmo grupo de amigos, o faz recear ainda das relações sociais que muitas vezes se estabelecem nos Estados Unidos, e das quais plataformas como Facebook são o melhor expoente: ter muitos conhecidos, mas manter com eles amizades voláteis e pouco profundas.
Livrar os usuários da habitual avalanche de anúncios publicitários de outras plataformas, como o próprio Facebook, é outra das máximas deste empreendedor autodidata, que sempre foi um estudante rebelde e deixou a universidade antes de acabar seus estudos para entrar no Yahoo!.
Em virtude desta filosofia, ele e Acton optaram por não "mercantilizar" o serviço de comunicação que oferecem. Um desejo que o executivo-chefe e fundador de Facebook, Mark Zuckerberg, já disse que respeitará, pelo menos a princípio, já que o objetivo primordial não é incorporar anunciantes o mais rápido possível, mas captar novos usuários.
Koum considera que os anúncios, usados pela maioria de seus concorrentes para obter lucro, são uma intromissão na comunicação pessoal e, além disso, transformam os usuários em produtos.
"A publicidade nos faz querer comprar carros e roupa, trabalhar em empregos que odiamos para poder comprar o que não precisamos", tuitou em 2011, citando a famosa frase do filme "O Clube da Luta".
O empreendedor está convencido de poder manter estes princípios agora que sua empresa passará a ser propriedade do Facebook, a rede social que em seu décimo aniversário acredita no WhatsApp para continuar sendo atrativa para o público mais jovem e escorar sua passagem para o celular.
Washington - Jan Koum nasceu em Kiev, capital da Ucrânia, e quando criança nunca teve água quente em casa, sobreviveu com cupons de comida quando emigrou para os Estados Unidos com 17 anos e acaba de se transformar em milionário do Vale do Silício, pois a empresa que criou há cinco anos, o WhatsApp , será a maior aquisição da história do Facebook .
Orgulhoso de seu espetacular progresso e em um gesto carregado de simbolismo, Koum escolheu para assinar o acordo de US$ 19 bilhões anunciado na quarta-feira no centro social onde ia com sua mãe para receber os vales de ajuda alimentar em seus primeiros anos nos EUA, aonde chegaram fugindo das tensões políticas da Ucrânia soviética e buscando melhores perspectivas de futuro.
Filho de um mestre de obras e uma dona de casa já mortos, o perfil e a atitude de Koum são a antítese do que a priori se espera de um novo multimilionário dessa Meca da tecnologia que é o Vale do Silício, na Califórnia.
O empreendedor de 38 anos é um homem modesto, cuidadoso com sua vida privada e conhecido por ter princípios muito sólidos, ideais dos quais deixou claro que não vai se afastar nem um pouco, apesar de sua empresa de 55 funcionários passar para as mãos do gigante Facebook, a rede social mais popular do mundo e cuja filosofia é antagônica em muitos aspectos ao espírito com o qual Koum criou seu popular serviço de mensagem instantânea.
"Sem anúncios, jogos e quebra-galhos", diz uma nota pendurada na parede de seu escritório. Koum e seu sócio, o americano Brian Acton, conceberam o WhatsApp precisamente como uma plataforma livre de todas aquelas coisas que detestam no mundo da tecnologia e que os levaram a abandonar o Yahoo!, a empresa onde se conheceram, para criar seu próprio negócio.
Para os pais do serviço de mensagens gratuitos de celular mais universal há duas linhas vermelhas que não ultrapassam de modo algum, nem sequer pela multimilionária quantidade que o Facebook pagou por sua empresa, um número que os analistas consideram exagerado.
A primeira delas é a privacidade. Koum, marcado por sua infância e juventude em um país onde se vasculhava as comunicações dos cidadãos, se assegurou desde o início do WhatsApp há cinco anos que o aplicativo recolha a menor quantidade possível de dados dos usuários, que só precisam de seu número de celular para se identificar e ter acesso ao serviço.
Este aspecto não poderia s echocar mais com a filosofia do Facebook, seu comprador, que por sua natureza de "livro aberto" das vidas de seus usuários solicita todo tipo de informação, dados com os quais atingiu enormes lucros através dos anunciantes, para quem a rede social realiza uma segmentação de mercado que não tem preço.
De fato Koum nunca nomeou o Facebook quando se perguntava a ele em entrevistas por seus aplicativos favoritas, entre os quais se mencionou outros também muito populares mas menos exibicionistas da vida privada, como o Twitter.
Sua infância em um pequeno povoado rural nos arredores de Kiev, onde durante mais de uma década teve o mesmo grupo de amigos, o faz recear ainda das relações sociais que muitas vezes se estabelecem nos Estados Unidos, e das quais plataformas como Facebook são o melhor expoente: ter muitos conhecidos, mas manter com eles amizades voláteis e pouco profundas.
Livrar os usuários da habitual avalanche de anúncios publicitários de outras plataformas, como o próprio Facebook, é outra das máximas deste empreendedor autodidata, que sempre foi um estudante rebelde e deixou a universidade antes de acabar seus estudos para entrar no Yahoo!.
Em virtude desta filosofia, ele e Acton optaram por não "mercantilizar" o serviço de comunicação que oferecem. Um desejo que o executivo-chefe e fundador de Facebook, Mark Zuckerberg, já disse que respeitará, pelo menos a princípio, já que o objetivo primordial não é incorporar anunciantes o mais rápido possível, mas captar novos usuários.
Koum considera que os anúncios, usados pela maioria de seus concorrentes para obter lucro, são uma intromissão na comunicação pessoal e, além disso, transformam os usuários em produtos.
"A publicidade nos faz querer comprar carros e roupa, trabalhar em empregos que odiamos para poder comprar o que não precisamos", tuitou em 2011, citando a famosa frase do filme "O Clube da Luta".
O empreendedor está convencido de poder manter estes princípios agora que sua empresa passará a ser propriedade do Facebook, a rede social que em seu décimo aniversário acredita no WhatsApp para continuar sendo atrativa para o público mais jovem e escorar sua passagem para o celular.