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Corais do Caribe estão à beira do colapso

Estudo mais abrangente já feito sobre recifes de corais caribenhos alerta que esse rico ecossistema marinho pode desaparecer em 20 anos. Ainda dá para salvá-lo

Corais: o Caribe é casa de 9% dos recifes do mundo, que são vitais para a economia da região (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Publicado em 3 de julho de 2014 às 15h51.

São Paulo – Com apenas um sexto do seu tamanho original, a maioria dos recifes de corais do Caribe pode desaparecer nos próximos 20 anos, principalmente devido à perda de biodiversidade , alerta um novo relatório produzido por três grandes entidades, o Global Coral Reef Monitoring Network (GCRMN ), a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) e o Programa Ambiental das Nações Unidas (Pnuma).

As consequências podem ser catastróficas. O Caribe é casa de 9% dos recifes de coral do mundo, que são um dos ecossistemas mais diversos do planeta e vitais para a economia da região.

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Eles geram mais de US$ 3 bilhões por ano com o turismo e a atividade de pesca e mais de uma centena de outros bens e serviços dos quais 43 milhões de pessoas dependem.

Os resultados mostram que os corais do Caribe reduziram em mais de 50% desde 1970.

As mudanças climáticas têm sido apontadas como a principal culpada pela degradação dos corais pelo mundo, mas no caso dos corais caribenhos, a maior ameaça vem da perda de dois herbívoros importantes para a região: peixes-papagaio e ouriços do mar.

Uma doença não identificada levou a uma mortalidade em massa do ouriço-do-mar em 1983 e a pesca extrema ao longo do século 20 deixou a população de peixes-papagaio à beira da extinção em algumas regiões.

A perda destas espécies rompe o delicado equilíbrio dos ecossistemas de corais, permitindo com que as algas, das quais elas se alimentam, se proliferem e passem a sufocar os recifes.

Mas, de acordo com os autores, restabelecer as populações de peixes-papagaio e melhorar outras estratégias de gestão, como a proteção contra a sobrepesca e poluição costeira excessiva, são medidas que poderiam recuperar os recifes e torná-los mais resistentes a impactos futuros das mudanças climáticas.

"A taxa em que os corais do Caribe têm diminuído é verdadeiramente alarmante", diz Carl Gustaf Lundin, diretor do Programa Polar Global Marine e da IUCN.

"Mas este estudo traz algumas notícias muito animadoras: o destino de corais do Caribe não está além do nosso controle e há alguns passos muito concretos que podemos tomar para ajudá-los a se recuperar", acrescenta.

O relatório "Situação e Tendências do Recifes de Coral no Caribe" é o estudo mais detalhado e abrangente do gênero já publicado.

Resultado do trabalho de 90 especialistas ao longo de três anos, ele contém a análise de mais de 35 mil pesquisas realizadas em 90 locais do Caribe desde 1970, incluindo estudos de corais, algas, ouriços do mar e peixes de criadouro.

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