Tecnologia

Contra 3G ruim, Deezer passa a salvar músicas

Serviço de streaming anunciou o Smart Cache, que grava automaticamente as músicas ouvidas em um dispositivo móvel

Axel Dauchez, CEO do Deezer (à esq.), e Mathieu Le Roux, diretor do serviço para a América Latina (Divulgação)

Axel Dauchez, CEO do Deezer (à esq.), e Mathieu Le Roux, diretor do serviço para a América Latina (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2013 às 09h30.

Última atualização em 3 de janeiro de 2018 às 15h38.

São Paulo – O serviço de streaming de áudio Deezer anunciou nesta quinta-feira (25) um novo recurso, o Smart Cache. A funcionalidade grava automaticamente as músicas ouvidas em um dispositivo móvel.

Isso elimina a necessidade de uma conexão de dados para escutar de novo as mesmas faixas. A novidade surgiu para contornar a baixa qualidade das redes móveis de dados, um problema que tem atrapalhado o uso do serviço no Brasil e em outros lugares.

A empresa adota uma estratégia agressiva de expansão internacional e procura chegar ao maior número possível de lugares antes dos seus concorrentes. O streaming de músicas está disponível em 221 países.

"É algo muito pequeno, mas que muda tudo. Um dos problemas que temos enfrentado, especialmente no Brasil, é o fato de as redes de dados não serem muito boas. O serviço não é homogêneo: às vezes está bom, mas 5 minutos depois não está mais. É muito fácil para a Suíça ter uma boa rede em qualquer lugar, mas é mais difícil para o Brasil", disse Axel Dauchez, CEO do Deezer, que veio ao Brasil para anunciar o recurso. "Não podemos simplesmente esperar até que as redes melhorem."

Por enquanto, o Smart Cache está disponível apenas no aplicativo para dispositivos com o sistema operacional iOS, da Apple (iPhone e iPod Touch). A ideia é chegar em breve a outras plataformas, como o Android, e a tablets. De acordo com Dauchez, algumas pessoas ouvem as mesmas músicas várias vezes. Nesses casos, o recurso pode reduzir em até 70% o uso de uma conexão.

É possível definir nas configurações do aplicativo o tamanho máximo do espaço ocupado pelas faixas, para evitar que tomem boa parte do armazenamento do aparelho. A possibilidade de definir manualmente álbuns para ouvir offline, que já fazia parte do serviço, continua disponível para os assinantes.

Segundo Dauchez, o Smart Cache será útil principalmente para pessoas menos experientes com streaming, que não sabem selecionar músicas para ouvir sem conexão.


O Deezer estreou no Brasil no meio de janeiro, sem muita publicidade. Mesmo assim, no primeiro dia o país tornou-se o segundo do mundo em número de usuários registrados – o primeiro é a França, sede da empresa. O número triplicou nesse tempo. "Há um apetite e uma maturidade em relação à música no Brasil. Como o país é obcecado pelo futuro, há uma vontade de experimentar novidades que é muito forte por aqui", afirmou Dauchez.

Pressionado pela concorrência do Rdio – que ampliou o período gratuito para ouvir conteúdo – e pela iminente chegada do Spotify, o Deezer resolveu investir em divulgação. Para despertar a atenção do público para o serviço, a empresa programou uma grande festa de lançamento para esta quinta-feira, em São Paulo.

Dauchez afirmou não temer o Spotify ou o possível anúncio de serviços semelhantes pela Apple e o Google. "Não entendo por que o Spotify não chegou ainda ao Brasil. Precisamos de competição para educar o mercado. Estamos confiantes de que o nosso produto é o melhor", disse. Hoje, o Deezer conta com 25 milhões de músicas e pouco mais de 10 milhões de usuários ativos no mundo, dos quais 3 milhões eram assinantes em dezembro.

Para que o serviço se torne mais popular por aqui, Dauchez acredita ser necessário educar o público sobre o que é o streaming. Na sua opinião, isso precisa ser feito até que se atinja uma massa crítica de pessoas.

Quando esse momento chegar, a divulgação entre amigos será natural e a base de usuários aumentará. O Deezer também pretende ampliar as formas de pagamento, aceitando, por exemplo, boleto bancário, e estuda parcerias com operadoras de celular.

O CEO do Deezer fica tímido ao apontar o que gosta de ouvir, mas confessa que adora música clássica. "Vamos em breve lançar um recurso que permitirá acessar a lista de colaboradores de qualquer faixa, em música tradicional ou clássica. Você poderá ver todos os álbuns em que um artista colaborou", afirmou. Seu disco preferido é Getz/Gilberto, um dos maiores clássicos da bossa nova, gravado em 1964 pelo violonista João Gilberto e pelo saxofonista Stan Getz. "Isso revela a minha idade", disse.

Acompanhe tudo sobre:ArteDeezerEntretenimentoIndústria da músicaInternetMúsicaServiços online

Mais de Tecnologia

GAC Group lança robô humanóide GoMate para revolucionar indústria automotiva

CEO da Salesforce presentou a Apple com 'Apple Store'; entenda a relação de Benioff com Steve Jobs

Bluesky testa recurso de trending topics e promete implementação gradual

Computadores quânticos estão mais perto de nossa realidade do que você imagina